Faleceu Manuel José Moedas considerado um símbolo da Chamusca tradicional
Feitor em grandes casas agrícolas, dizia que nunca pensara fazer mal a alguém.
Faleceu hoje, com oitenta anos, Manuel José Moedas, um os últimos feitores das grandes casas agrícolas da região. Era um exemplo e verticalidade e honradez e muitos viam-no como um símbolo de uma Chamusca orgulhosa, digna, solidária e trabalhadora.
O corpo está a ser velado na sua residência e o funeral realiza-se às 10h00 de amanhã, segunda-feira, para o cemitério da Chamusca, depois de uma missa de corpo presente na Igreja Matriz.
Manuel José Prestes Moedas era filho e neto de agricultores e seguiu a tradição da família. Começou a trabalhar aos onze anos de idade e toda a vida esteve ligado à agricultura. Foi feitor na Casa Bairrão no Tramagal e na Casa Rafael Duque, na sua Chamusca natal.
Há dez anos, entrevistado por O MIRANTE disse de si que durante toda a vida nunca tinha pensado fazer mal a ninguém. Amante das tradições locais era presença certa na entrada de toiros da Semana da Ascensão.
Contava que a primeira vez que vira passar, pelas ruas da vila, os toiros que iriam ser lidados na corrida de Quinta-feira de Ascensão, tinha cinco anos. E sobre esse acontecimento recitava um pequeno poema da sua autoria.
“Um dia com a minha avó
Que no colo me aconchegou
Fui ver uma entrada
Foi ela que me disse então
Estes toiros que aqui vão
São amanhã para a tourada.”