Sociedade | 10-07-2019 10:00

Vilafranquense vai pagar 70 mil euros para jogar em Rio Maior

Vilafranquense vai pagar 70 mil euros para jogar em Rio Maior

Adeptos não se conformam com a distância e o município desmarca-se das decisões tomadas pela SAD.

A União Desportiva Vilafranquense (UDV) vai ter de andar de casa às costas para poder disputar os seus encontros na II Liga de futebol profissional. A situação não agrada a jogadores, adeptos nem à SAD (Sociedade Anónima Desportiva), liderada por Luiz Andrade, que vai ter de desembolsar 70 mil euros para poder jogar a próxima época no Estádio de Rio Maior.

O empresário brasileiro, de 49 anos, admite a O MIRANTE que ainda não sabe como vão conseguir suportar todos os custos que o futebol profissional implica e admite que não estavam preparados para subir de divisão. “Tínhamos vontade em conseguir esta conquista, mas claro que não pensámos em fazer obras ou estádios”, afirma o dirigente, apontando que entre os candidatos à subida, a UDV era a que tinha o orçamento mais baixo, apresentando já no início da época dificuldades financeiras.

No primeiro trimestre do ano, a SAD devia cerca de 100 mil euros a jogadores e funcionários e só depois de ameaças de greve do plantel houve compromisso de pagamento. Neste momento, segundo o dirigente, os jogadores estão “a receber com 14 dias de atraso” e aos funcionários falta pagar o salário de Maio e Junho. “Mas vão receber porque trabalham e merecem receber”, garantiu Luiz Andrade.

Por outro lado, prémios monetários aos jogadores pela subida de divisão não são nem podem ser prioridade para a SAD, acautelou. “Claro que gostava de lhes poder dar esse prémio, mas agora a estratégia passa por inscrever a equipa para poder jogar e isso está a sair caro. Mas estamos a pagar tudo. Não devemos um cêntimo à Segurança Social, Finanças ou Federação”, afirmou.

Luiz Andrade reiterou que a Liga “exige demasiado” aos clubes pequenos, mas, face à situação, “não havia outra alternativa senão aceitar as condições”, caso contrário, a equipa desceria de divisão. De acordo com a SAD, para que o Vilafranquense pudesse jogar no Campo do Cevadeiro teria de existir já uma data limite para a conclusão das obras no campo, e teria de ser antes do final do ano. “Assim, torna-se difícil ser-se profissional, com um sistema que não funciona e prejudica aqueles que lutaram e mereceram a subida”, argumentou.

Antes de surgir em cima da mesa o campo de Rio Maior, a SAD chegou a apresentar à Liga outras alternativas, como o Cartaxo, Jamor e Massamá, mas “não seriam viáveis para fazer face às necessidades, em dias de jogos, treinos diários e estágios indispensáveis”, explicou a SAD em comunicado. A
O MIRANTE, Luiz Andrade diz que o Estádio de Alverca esteve entre as hipóteses sugeridas mas foi rejeitado pela Liga. “Não tem nada a ver com rivalidades. Elas não existem neste momento”, assegurou.

Câmara de Vila Franca demarca-se das decisões da SAD

Depois de sentir a revolta dos sócios, adeptos e simpatizantes do Vilafranquense, a SAD veio em comunicado justificar-se pela decisão de jogar a próxima temporada no Complexo Desportivo de Rio Maior. No documento, tornado público a 25 de Junho, a SAD mete ao barulho o nome da Câmara de Vila Franca de Xira, que vem, por sua vez, demarcar-se das decisões tomadas.

“O teor do referido comunicado apenas vincula a SAD daquele clube”, refere a autarquia, a propósito da informação divulgada por aquele organismo, e demarcando-se “das declarações ali proferidas, que não foram previamente concertadas com a câmara municipal antes da sua divulgação”.

Alberto Mesquita, presidente do município, já se tinha demonstrado disponível, aquando da recepção do clube nos Paços do Concelho, a 24 de Junho, para encontrar soluções e trazer a equipa de volta a casa. No entanto, esclarece a autarquia, “não é possível corresponder em curto prazo”, às exigências feitas pela Liga, por se tratar de uma “intervenção profunda que genericamente implicará transformar um campo num estádio de futebol”.

O município questionou ainda a Liga sobre a possibilidade de as obras serem faseadas, mas esta não aceitou, obrigando ao cumprimento dos “procedimentos legais associados a qualquer projecto ou empreitada que possa ali vir a ocorrer”.

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