Sociedade | 17-07-2019 19:00

Calçada da Atamarma está transformada em casa de banho pública

Calçada da Atamarma está transformada em casa de banho pública
SANTARÉM

Situação já dura há três anos nessa zona do centro histórico de Santarém mas piorou nos últimos tempos. Alguns moradores apontam o dedo a uma família vizinha.

A zona da Calçada da Atamarma, em Santarém, foi em tempos um espaço para as crianças brincarem, onde a iluminação pública funcionava, havia bancos de jardim e os passeios estavam limpos. Hoje está transformada numa espécie de casa de banho pública a céu aberto que alguns moradores classificam como “uma vergonhosa degradação do espaço público” numa zona nobre da cidade.

Quem vive ali critica a inoperância do município face a alguns moradores da rua que se habituaram a defecar na via pública e a deixar os guardanapos sujos no chão, alegadamente por não terem instalações sanitárias a funcionar na casa onde residem. Os queixosos adiantam ainda que as suas crianças são obrigadas a brincar dentro da garagem do prédio, pois não há condições de higiene no exterior.

Contactado por O MIRANTE, o vereador da Câmara de Santarém Ricardo Rato admitiu estar preocupado com a situação e, por isso, diz que já foi reforçada a limpeza na zona. “Temos trabalhado no assunto mas a verdade é que estamos completamente de mãos e pés atados”, disse, considerando que se trata, sobretudo, de um caso de polícia.

Entretanto, os residentes já enviaram várias cartas ao presidente do município, Ricardo Gonçalves, a dar conhecimento do que está a acontecer e também expuseram o assunto em reunião de câmara. O município diz que pouco pode fazer e garante que a reabilitação do largo com a plantação de árvores vai melhorar a situação actual.

Uma moradora, que não se quis identificar com receio de represálias, fez um percurso com O MIRANTE e apontou para os pontos mais críticos. Na Calçada da Atamarma, os guardanapos vão-se acumulando no passeio tal como os dejectos humanos. Mais à frente, no Largo Mem Ramires, na Rua Luís de Camões e na Travessa 15 de Março, a situação piora, com papel higiénico espalhado pela calçada e os candeeiros todos partidos.

Segundo a moradora, é difícil viver naquele local. Não só o cheiro é nauseabundo como já não é a primeira vez que apanham a meio do dia ou da noite uma pessoa de calças na mão ou a mudar um penso higiénico. O problema, afirma a moradora, é que mesmo que esteja a ser reabilitado o largo, as pessoas vão continuar a defecar na via pública, pois não deixam de ter necessidades fisiológicas.

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