Grupo de americanos e arqueólogos portugueses em escavações em Muge
Até ao momento, foram encontrados inúmeros artefactos em osso, pedra e adornos feitos em concha.
Um grupo de voluntários norte americanos e uma equipa de arqueólogos do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano, da Universidade do Algarve, estão desde o início de Agosto, a realizar escavações na área central e na zona circundante ao concheiro do Cabeço da Amoreira, localizado terrenos da Casa Cadaval, em Muge. O objectivo das escavações prende-se com a obtenção de dados novos e mais pormenorizados sobre os modos de vida das últimas comunidades de caçadores-recolectores do Centro de Portugal, há cerca de oito mil anos. Até ao momento, foram encontrados inúmeros artefactos em osso, pedra e adornos feitos em concha.
O grupo de norte americanos está inserido no programa do Earthwatch Institute, uma organização sem fins-lucrativos que tem como missão envolver os cidadãos de todo o mundo em pesquisas científicas de campo.
Toda a equipa, que ao longo dos últimos anos se tem mantido em actividade naquele local, em particular nos meses de Verão, contou sempre com o apoio da autarquia local e da Casa Cadaval, a nível logístico e de alojamento.
Os Concheiros de Muge foram descobertos em 1863 pelo geólogo Carlos Ribeiro e constituem o maior complexo mesolítico da Europa. Correspondem a “colinas artificiais” onde se estabeleceram sazonalmente comunidades de caçadores-recolectores que faziam da apanha de moluscos uma das suas principais actividades de subsistência.