Sociedade | 20-08-2019 12:30

Almeirim não limpa a vala desde 2015 nem vai limpar por proibirem uso de herbicidas

Almeirim não limpa a vala desde 2015 nem vai limpar por proibirem uso de herbicidas

Presidente do município, Pedro Ribeiro, diz que as soluções permitidas são muito dispendiosas e aguarda que arranjem uma solução equilibrada.

A Câmara de Almeirim não limpa a vala real desde 2015 e vai continuar sem o fazer enquanto não permitirem o uso de herbicidas para controlar as plantas infestantes ou enquanto as entidades do ambiente não indicarem um método eficaz que não tenha custos “astronómicos”. O presidente da autarquia diz que não se podem exigir coisas fantásticas em termos ambientais, que ou não são exequíveis ou são pesadas financeiramente para uma câmara. Por isso, Pedro Ribeiro espera que lhe indiquem uma solução.

O autarca sublinha que se deve ter consciência que o problema não passa só pela limpeza, mas sobretudo pela manutenção dos cursos de água de uma forma sustentável. Pedro Ribeiro, realçando que a Agência Portuguesa do Ambiente não deixa utilizar curas químicas, questiona se não existirão produtos que não afectem os peixes, até porque estes também são afectados pela presença massiva de jacintos que retiram oxigénio à água.

Com uma extensão de dez quilómetros no concelho de Almeirim, a Vala de Alpiarça, nome pelo qual também é conhecida a vala real, tem custos de limpeza, sem utilização de herbicidas, na ordem dos duzentos a trezentos mil euros por ano. “Os organismos estatais têm de perceber que o país não tem recursos ilimitados”, sublinha Pedro Ribeiro, realçando que se deve encontrar um equilíbrio entre o que é possível e a protecção do ambiente.

O presidente da câmara acredita que com a construção da nova ponte na zona do Casal Branco, a situação deverá melhorar. Já que a actual ponte, devido aos pilares no leito, provoca uma acumulação de ramos e outros objectos, que impedem que os jacintos possam ser arrastados com a corrente. Neste momento a vala está coberta de jacintos e é difícil encontrar locais onde se veja a água.

A vala era limpa pelo Núcleo de Marinheiros da Armada do Concelho de Almeirim, com quem a autarquia terminou um protocolo, que durava há quinze anos, depois de se ter começado a levantar celeuma pela utilização de herbicidas. Várias vezes a CDU criticou a situação nas reuniões da câmara e na assembleia municipal. O protocolo previa o pagamento ao núcleo de 1.750 euros mensais. O dinheiro servia para a manutenção dos dois barcos, de salários das pessoas que faziam a limpeza e pagamentos de seguros.

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