Sociedade | 22-08-2019 18:00

Um dos laboratórios mais modernos do país está em VFX e inaugura em Outubro

Um dos laboratórios mais modernos do país está em VFX e inaugura em Outubro

SMAS de Vila Franca de Xira abriram pela primeira vez as portas do novo equipamento.

Está pronto e na fase final de instalação o novo laboratório topo de gama dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira, destinado a analisar a qualidade da água distribuída na rede e também a fazer medições de ruído. É um dos mais modernos do país e um sonho antigo dos responsáveis e técnicos daqueles serviços, que estavam instalados há 32 anos num local que já não dava resposta às necessidades nem permitia obter credenciações para alargar os seus serviços, por exemplo, às análises privadas para clientes.

A obra custou um milhão de euros, entre o edifício, máquinas, equipamento e mobiliário e será inaugurada a 15 de Outubro, no ano em que aqueles serviços comemoram 60 anos de existência. O MIRANTE foi conhecer as instalações e o trabalho de formiga feito 365 dias por ano por uma equipa responsável por garantir que a água que sai da torneira tem qualidade e é segura para consumo, como atestam as três distinções com o selo de qualidade exemplar de consumo humano pela entidade reguladora do sector.

O novo laboratório nasceu num local onde em tempos estavam as cocheiras dos SMAS. “É um espaço que dá o máximo de garantias para o futuro e um marco na história dos SMAS. Trabalhamos todos os dias para que toda a gente tenha água de grande qualidade. É toda uma rede que não se vê”, explica António Oliveira, presidente do conselho de administração.

No laboratório trabalham oito pessoas, incluindo uma equipa de dois assistentes que estão sempre a percorrer os 53 depósitos do concelho a realizar tratamentos e limpeza.

Análises bacteriológicas e químicas

Vitória Simões é a engenheira responsável pelo laboratório e explica que diariamente estão equipas na rua a recolher água para amostra e análise. A Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) é quem fornece a água ao concelho e já assegura um controlo laboratorial à nascente e à chegada à rede de distribuição. Mas os SMAS de Vila Franca de Xira gostam de confirmar e manter controlo sobre a água nas redes do seu concelho.

As equipas vão recolher amostras de água em estabelecimentos comerciais, escolas, centros de saúde e até casas particulares. São em média 380 amostras anuais, dentro dos valores que a lei exige, embora Vitória Simões admita que frequentemente os SMAS vão muito além dos valores que a lei requere. “Quando as amostras chegam analisamos sobretudo a parte bacteriológica, que é a que mais facilmente pode ser alterada e dar lugar a uma contaminação, mas também a parte química, ou seja, as características da água e saber se está alterada ou não”, explica.

O novo laboratório tem uma zona específica para análise bacteriológica, à prova de contaminação e com atmosfera controlada.

Controlo em directo

Joaquim Guerra é um dos operadores da sala de comando dos SMAS, um espaço onde um grupo de operadores trabalha por turnos, 24 horas por dia, a controlar o fluxo de água e a detectar eventuais problemas ou rupturas na rede. O sistema de controlo de estações elevatórias e telegestão foi implementado há seis meses e está ainda em fase de instalação. Permite aos operadores, por exemplo, cortar remotamente o abastecimento, perceber a quantidade de água existente em cada depósito ou até abrir a porta dos depósitos aos técnicos no local sem ser necessário chave.

“Há muita engenharia envolvida em tudo isto e muita gente ainda não tem noção de todas as operações complexas que se fazem no laboratório e nesta sala”, explica António Oliveira. O investimento na sala de comando rondou um milhão de euros.

Ninguém dormiu no surto de legionella

O surto de legionella de Novembro de 2014 foi o momento mais tenso de toda a história do laboratório dos SMAS. Logo que foi dado o alerta os serviços desdobraram-se em colheitas por todo o território. Chegou a suspeitar-se que a contaminação pudesse ter origem num reservatório municipal.

O presidente da câmara, Alberto Mesquita, confessou a António Oliveira que se demitiria do cargo se isso acontecesse. O laboratório esteve na linha da frente das análises e da colaboração com as autoridades, dentro dos limites do que podia fazer. Nessa semana, lembra Vitória Simões, “ninguém dormiu” no serviço e foi um momento tenso que tão cedo não se esquece.

O Instituto Ricardo Jorge de Lisboa veio mais tarde tranquilizar os técnicos, confirmando que a água contaminada não teve origem na rede dos SMAS mas sim, como agora se sabe, nas torres de refrigeração de uma empresa.

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