Sociedade | 23-10-2019 12:30

Crianças agredidas por colega e ninguém faz nada

Crianças agredidas por colega e ninguém faz nada
PROBLEMA

Encarregados de educação querem que aluno agressor receba acompanhamento psicológico.

Alunos têm sido agredidos ao soco e pontapé por um colega de turma na EB1 de Benavente. Direcção do Agrupamento de Escolas diz só agora ter tido conhecimento da gravidade da situação. Pais criticam frieza da professora e das auxiliares e manifestaram-se à porta da escola.

Uma menina de oito anos tem sido vítima de bullying e alvo de agressões violentas por parte de um colega da mesma idade na Escola Básica nº1 de Benavente. O último episódio aconteceu no final de Setembro, durante o intervalo, em perímetro escolar. A aluna estava a jogar à apanhada com os colegas, quando o rapaz a terá agredido ao murro e pontapé, depois de ter perdido o jogo. A escola já apurou que há suspeitas de mais casos.

A mãe da agredida, Andreia Carvalho, refere a O MIRANTE, que da parte da escola nunca recebeu qualquer contacto. “Só me apercebi da situação em casa depois de a ver cheia de nódoas negras na pélvis. Na semana seguinte apareceu com hematomas nas pernas”, conta. Depois de a filha lhe ter contado que era insultada e agredida constantemente por aquele colega apresentou queixa na GNR.

A mãe diz que a professora e auxiliares sabiam das agressões e nada fizeram. “Diziam-lhe que tinha de aprender a defender-se. Como se fosse ela a culpada por ter apanhado porrada. Já o rapaz nunca foi repreendido”, lamenta Andreia Carvalho.

Pais manifestam-se à porta da escola

Indignados com a forma como a professora, auxiliares e coordenador da escola trataram do caso, seis encarregados de educação manifestaram-se na segunda-feira, 14 de Outubro à porta da escola exigindo ao agrupamento escolar medidas para pôr fim a estes episódios. É que, segundo os pais, na última semana mais alunos foram agredidos pelo mesmo rapaz. São quase todas meninas, à excepção de um caso. “A minha filha estava a brincar quando ele se aproximou e lhe deu um murro no estômago. Contou-me à porta da escola, na presença de uma auxiliar que se demitiu de dizer uma palavra que fosse”, afirma outra mãe.

Os encarregados de educação não querem a expulsão do aluno, mas que seja avaliado psicologicamente e lhe seja providenciada, através da escola, toda a ajuda necessária. Exigem ainda que sejam apuradas responsabilidades da professora e auxiliares. “Não podemos ficar descansados quando os nossos filhos são agredidos na escola e ninguém faz nada”, refere a mãe da aluna agredida na última semana.

Andreia Carvalho não se conforma com o sofrimento físico e psicológico infligido à filha e não a quer a estudar numa escola onde “professores e auxiliares fecham os olhos a uma situação destas”. Por isso, está já a tratar da transferência da menina para outro estabelecimento escolar em Benavente e já lhe providenciou acompanhamento psicológico. “A minha filha vai ficar com marcas para toda a vida. Chora todos os dias e não quer ir para a escola. É doloroso vê-la assim”, lamenta.

Agrupamento de Escolas vai avaliar o caso

O director do Agrupamento de Escolas de Benavente, Mário Santos, referiu a O MIRANTE que só depois deste encontro com os pais teve conhecimento da gravidade da situação. “Já tínhamos reunido no dia 8 de Outubro com os pais desse aluno, mas só agora a escola soube que outros alunos também teriam sido agredidos”, refere o director.

Mário Santos diz que é preciso avaliar o caso antes de ser tomada qualquer decisão, adiantando que está em cima da mesa voltar a reunir com os encarregados de educação, incluindo os pais do aluno, professora, auxiliares e coordenador da EB1. Para já não exclui a hipótese de o aluno poder ser acompanhado por um dos três psicólogos daquele agrupamento, mas diz que é uma decisão que caberá aos pais da criança.

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