Sociedade | 13-11-2019 10:00

Serviço dos correios em Alverca e Calhandriz contestado por autarcas e moradores

Serviço dos correios em Alverca e Calhandriz contestado por autarcas e moradores

Há quem esteja a receber contas para pagar já fora do prazo e em moradas erradas. Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira diz que a situação está longe da normalidade e defende reversão da empresa para a esfera pública.

Cartas que não são entregues por serem deixadas nas ruas e lotes errados, atrasos na distribuição de encomendas e cartas prioritárias, bem como facturas que chegam atrasadas às caixas do correio dos moradores são algumas das queixas mais sentidas por residentes e autarcas de Alverca e Calhandriz. Quem vive nessas duas localidades tem sentido nas últimas semanas um agravamento da qualidade do serviço da entrega postal e há mesmo quem já tenha faltado a exames médicos porque as cartas com as convocatórias chegaram com quase um mês de atraso.

“Tive de aderir ao débito directo para pagar a conta da luz porque as cartas nunca chegam a tempo a minha casa. Na maioria das vezes é sempre com três ou mais semanas de atraso. Quando a factura chegava à caixa do correio já o prazo de pagamento estava ultrapassado”, queixa-se Fernando Cunha, morador da Praceta do Avião, em Alverca. Como ele, outras pessoas da zona queixam-se do mesmo.

O próprio presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), que vive em Alverca, diz que a situação “está longe da normalidade” e que as dificuldades na distribuição postal, não apenas em Alverca como no resto do concelho, estão a sofrer muitas dificuldades.

Já o presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Carlos Gonçalves (CDU), confirma os problemas com a distribuição postal e teme o aproximar da época natalícia. “A explicação que me têm dado é que há uma grande rotatividade nos carteiros e que isso causa problemas, mas no nosso entender isso não deve servir de desculpa”, critica.

Em reuniões com a junta de freguesia os correios terão prometido melhorar mas a situação rapidamente caiu no descontrolo novamente. Carlos Gonçalves lembra que o ano passado houve gente que fez encomendas e só as recebeu já muito depois do Natal, incluindo encomendas de familiares.

O MIRANTE contactou os CTT sobre o assunto. A empresa prometeu responder mas não o fez até à data de fecho desta edição.

Privatização dos Correios não resultou

A O MIRANTE o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, diz que a privatização dos Correios não trouxe bons resultados e que a população estava melhor servida com a anterior gestão pública daquela empresa. “Espero que o novo Governo possa reanalisar este processo. As queixas e dificuldades são muitas e não é só aqui. O Governo terá de repensar se não deve reverter esta privatização e passar os Correios para a esfera pública novamente”, defende.

Na última edição O MIRANTE noticiou que os serviços postais dos CTT foram os que receberam mais reclamações dos consumidores portugueses no primeiro semestre de 2019, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), estando no topo dessas queixas os problemas de distribuição postal (entrega no domicílio e atraso), bem como o atendimento e o tratamento das reclamações.

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