Sociedade | 16-11-2019 15:00

Escola Profissional de Rio Maior sofre com a concorrência do ensino público

Instituição tem vindo a perder alunos. Actualmente, tem metade dos estudantes que tinha há dois anos.

A Escola Profissional de Rio Maior (EPRM) atravessa um momento difícil, tendo actualmente metade dos alunos que tinha há dois anos. Uma realidade exposta durante a apresentação do orçamento da escola ao executivo da Câmara de Rio Maior, entidade proprietária da EPRM.

O decréscimo de alunos deve-se a questões demográficas mas também à concorrência que tem sido feita pelas escolas secundárias, referiu nessa reunião de câmara o presidente do município. Filipe Santana Dias (PSD) criticou a aposta reforçada do último Governo no ensino técnico-profissional nas escolas secundárias - “que pelo que vou sabendo não está a dar grandes frutos”, disse o autarca. Uma crítica igualmente feita pela vereadora Ana Filomena Figueiredo (CDS), que sublinhou também a qualidade de ensino que é ministrado na EPRM.

Nos últimos dois anos lectivos, a escola teve apenas duas turmas de 10º ano a iniciarem o ciclo de estudos de três anos (Manutenção Industrial e Electrotecnia em 2018; e Manutenção Industrial e Turismo Ambiental e Rural em 2019), quando nos anos anteriores abria habitualmente quatro turmas de 10º ano. Foi o que aconteceu em 2017, com turmas nos cursos de Comércio, de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, de Electrónica, Automação e de Instrumentos e Manutenção Industrial, que terminam a sua formação em 2020.

Actualmente a escola tem oito turmas subsidiadas por fundos comunitários do Fundo Social Europeu a 85% (recebe cerca de 80 mil euros anuais por cada turma), sendo o valor remanescente, que corresponde a 140 mil euros, da responsabilidade do município, caso o Governo não emita um despacho de excepção que livre a autarquia dessa responsabilidade. O que já não acontece desde 2008.

Para atingir o equilíbrio financeiro, a EPRM devia ter pelo menos mais uma turma em funcionamento, como afirmou a sua directora financeira, Marta Carvalho. O orçamento da escola para 2020 apresenta um desequilíbrio negativo de 71.923 euros, pois os rendimentos previstos são de 983.221 euros e os gastos atingem 1.055.144 euros.

Apesar do actual cenário pouco risonho, a EPRM espera em 2020 abrir quatro turmas de 10º ano, em cursos que ainda estão por definir pelo conselho de gerência. O presidente da câmara comprometeu-se a trabalhar para encontrar no mais curto prazo possível uma solução para revitalizar a escola, enquanto o vereador Daniel Pinto (PS) referiu que nem todas as escolas profissionais estão a perder alunos. E exortou a EPRM a apostar em dois eixos: a internacionalização, tentando cativar alunos dos PALOP, e a formação contínua de activos.

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