Sociedade | 25-11-2019 12:08

Mais de 500 mulheres assassinadas em Portugal nos últimos 15 anos

Mais de 500 mulheres assassinadas em Portugal nos últimos 15 anos
Foto - APAV

Só este ano já perderam a vida 28 mulheres vítimas de violência doméstica. APAV afirma que a violência não pode ser tolerada e o primeiro-ministro defende que os cidadãos devem "meter a colher".

Mais de 500 mulheres foram assassinadas nos últimos 15 anos em contexto de relações de intimidade em Portugal, e só neste ano já morreram 28, algumas baleadas, outras estranguladas ou espancadas, a maioria vítima de violência doméstica.

Os dados são do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), e constam do relatório preliminar apresentado na última semana, em Lisboa, que englobam as mulheres assassinadas em Portugal desde 1 de Janeiro até ao dia 12 de Novembro.

Nesse período, e tendo como fonte as notícias publicadas pela imprensa nacional, o OMA contou 28 mulheres assassinadas em contexto de relações de intimidade ou familiares, além de outras duas mortas em diferentes contextos, e 27 tentativas de homicídio. Duas dessas mulheres eram da região: Lúcia Oliveira, morta a 28 de Janeiro em Santarém, e Ana Maria Silva, assassinada pelo ex-companheiro, na Golegã, a 17 de Fevereiro.

Contas feitas, significa que, em média, houve três mulheres assassinadas todos os meses e uma média de cinco mulheres vítimas de formas de violência extrema.

Para assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, 25 de Novembro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apresentou estatísticas dos últimos cinco anos.

Entre 2013 e 2018 a APAV registou um total de 43.456 processos de apoio a pessoas vítimas de violência doméstica. Estes valores traduziram-se num total de 104.729 factos criminosos.

A residência comum continua a ser o local de maior ocorrência dos crimes (em cerca de 64 % das situações). As vítimas continuam a ser maioritariamente do sexo feminino - cerca de 86%. São sobretudo mulheres casadas (33,7 %) e pertencem a um tipo de família nuclear com filhos (41,2%).

O fenómeno da violência doméstica contra as mulheres abrange vítimas de todas as condições e estratos sociais e económicos. A violência - física, psicológica, sexual, financeira – não pode ser tolerada diz a APAV.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que todos os cidadãos devem "meter a colher" para eliminar a violência contra as mulheres.

"Todos nós em sociedade, cada um de nós, tem a responsabilidade de na sua família, nos seus vizinhos, nos seus colegas, entre os seus amigos não tolerar, não pactuar, não silenciar e de meter mesmo a colher para eliminarmos a violência sobre as mulheres".

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