Sem orçamento e em gestão corrente a companhia de teatro Cegada espera que uma programação de recurso, “pontual e avulsa”, possa adiar o encerramento imediato ao público do Teatro Estúdio Ildefonso Valério (TEIV) em Alverca, que é a casa do grupo.

Depois da solicitação do Ministério da Cultura para que o TEIV fosse regularizado enquanto equipamento cultural público a companhia Cegada diz ter tido a garantia conjunta, da Câmara de Vila Franca de Xira e da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, que o processo decorrerá com a maior brevidade possível. A garantia foi repetida também por estas entidades aos elementos da Inspecção-Geral das Actividades Culturais que já vistoriaram o edifício.

A direcção do teatro diz confiar totalmente no município e refere que a companhia “correspondeu na totalidade ao solicitado pela ministra da Cultura e todas as instâncias, centrais e locais, sublinharam a uma só voz estar empenhadas na acção cultural de serviço público prestado pelo TEIV” à região.

Os responsáveis do Cegada dizem aguardar que a administração pública “corresponda à palavra dada” e coloque o equipamento cultural na esfera municipal, financiado e ao serviço dos cidadãos, como acontece em todo o país em iguais situações, prometendo ficar atenta ao desenvolvimento do processo administrativo.

A sala do TEIV já encheu duas vezes em Janeiro e acolhe nos dias 21 e 22 de Fevereiro a Companhia de Teatro de Almada numa inédita adaptação para teatro da obra “Se isto é um homem”, de Primo Levi. Este texto, apresentado no âmbito dos 75 anos do encerramento do campo de concentração de Auschwitz, propõe um olhar fundamental sobre o Holocausto, a humilhação do homem pelo homem e o extermínio, descritos pela mão de um autor que viveu na primeira pessoa o mais terrível dos campos de concentração da Alemanha de Hitler. A primeira sessão já se encontra esgotada.