A libertação de poeiras na fábrica de cimento da Cimpor em Alhandra, no início de Fevereiro, gerou alarme na comunidade mas a situação ficou resolvida em dois dias e o município de Vila Franca de Xira elogiou a rápida comunicação da fábrica quando o problema surgiu.

A situação, explicou António Oliveira, vice-presidente do executivo, na última reunião pública de câmara, deveu-se a dois rombos encontrados nas telhas do armazém de clínquer, um material granular e rígido que faz parte do processo de produção de cimento que gera poeiras quando é manuseado.
A população ficou alarmada ao ver a quantidade de poeiras no ar que sujaram automóveis e algumas varandas e o alerta foi rapidamente dado pelo presidente da junta de freguesia. A fábrica comunicou imediatamente à câmara a situação.

“A directora da fábrica ligou-me no próprio dia a manifestar a sua preocupação. Pararam de imediato a laboração quando foram alertados e verificaram a fonte das poeiras. Registei a rapidez com que nos comunicou a situação e gostava que este procedimento continuasse no futuro”, notou António Oliveira.

O rombo nas telhas aconteceu no local de um dos armazéns que não é utilizado com frequência. “Desses rombos saiu algum pó decorrente da movimentação do clínquer”, explicou o vice-presidente da câmara. Trimestralmente, o município, bem como representantes das forças políticas, comunidade e empresa, continuam a reunir-se na comissão de acompanhamento ambiental da Cimpor.

O presidente do município, Alberto Mesquita, anunciou na última assembleia municipal que este tipo de situações “não deviam acontecer” mas que as questões da qualidade do ar decorrentes da laboração daquela fábrica estão agora melhores do que no passado, onde chegaram a acontecer “problemas graves”. E anunciou que o estudo relativo à qualidade do ar em Alhandra, da responsabilidade município e da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova está em curso e que em breve as suas conclusões irão ser divulgadas.