Para além de terem em comum o facto de pertencerem ao mesmo distrito e celebrarem o seu feriado municipal na Quinta-Feira de Ascensão os municípios de Alcanena, Almeirim, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Golegã, Salvaterra de Magos e Torres Novas têm outros traços em comum: todos perderam alunos nas suas escolas entre 2010 e 2018 e, nesse período temporal, o índice de envelhecimento da população aumentou substancialmente.

Esses e outros dados estatísticos foram divulgados pela PORDATA, um projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que está este ano a divulgar uma série de retratos estatísticos sobre cada um dos 308 municípios portugueses, por ocasião dos respectivos feriados municipais.

O número de alunos do ensino básico e secundário por concelho em 2010 e 2018 era o seguinte: Alcanena tinha 2.303 alunos em 2010 e 1.709 em 2018; Almeirim desceu de 4.168 para 3.335; Benavente passou de 5.150 para 4.394; Chamusca baixou de 1.149 para 980; Cartaxo caiu de 3.772 para 3.175; Golegã de 747 para 645; Salvaterra de Magos de 4.406 para 3.530 e Torres Novas desceu de 6.481 para 5.429 alunos.

O trabalho referente a esses oito municípios ribatejanos confirma ideias que não surpreendem, nomeadamente a perda de população registada nos últimos anos na esmagadora maioria dos concelhos do distrito de Santarém. Excepção neste grupo de oito municípios é o de Benavente, que aumentou o número de habitantes de 28.738 para 30.144 entre 2010 e 2018. Um dado a que não será alheia a proximidade à Área Metropolitana de Lisboa.

Em relação aos restantes sete municípios, a perda de população tem graus diferentes. A Golegã praticamente manteve o número descendo de 5.488 para 5.411 habitantes entre 2010 e 2018 enquanto os outros tiveram perdas na ordem das centenas ou mesmo superiores ao milhar. Alcanena tinha 13.932 habitantes em 2010 e 12.911 em 2018; Almeirim passou de 23.335 moradores para 22.676; Chamusca desceu de 10.215 para 9.319 habitantes nesses oito anos; Cartaxo baixou de 24.485 para 23.798; Salvaterra de Magos caiu de 22.133 habitantes para 21.344; e Torres Novas teve uma queda acentuada, de 36.825 para 35.089 habitantes, entre 2010 e 2018.

O índice de envelhecimento (número de pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 jovens com idades até aos 15 anos) revela que além da perda da população, esta está também a ficar cada vez mais envelhecida. O concelho da Chamusca destaca-se pela negativa nesse capítulo, com um índice de 286 em 2018, face aos 238 em 2010. Ou seja, no concelho da Chamusca há quase trezentas pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 jovens até aos 15 anos.

Refira-se que a média nacional do índice de envelhecimento é 157 (que já de si não é famoso) e deste conjunto de municípios ribatejanos apenas Benavente está abaixo desse patamar, com um índice de 111 em 2018. Mesmo assim um valor bem acima do índice 85 registado em 2010.

Ainda nesse capítulo, acima do índice 200 estão Alcanena (passou de 165 em 2010 para 204 em 2018), Torres Novas (170 – 204) e Golegã (169 – 237). Os restantes registam os seguintes valores: Almeirim (138 – 175); Cartaxo (135–175); Salvaterra de Magos (139-192).

Metade da população adulta de Chamusca e Golegã é pensionista

Populações mais envelhecidas representam também mais pensionistas e reformados. Não surpreende por isso que seja superior a 50% a percentagem de população dos concelhos da Chamusca e da Golegã com idade superior a 15 anos que recebe pensões da Segurança Social ou da Caixa Geral de Aposentações, mais precisamente 51% e 53%, respectivamente.

Em contraste, mais uma vez, Benavente tinha em 2018 apenas 34% de pensionistas entre a população maior de 15 anos, estando abaixo da média nacional que é de 40%, precisamente o valor do concelho do Cartaxo. Os restantes concelhos têm registos semelhantes: Alcanena (45%); Almeirim (44%); Salvaterra de Magos (45%) e Torres Novas (46%).