Sociedade | 27-05-2020 18:00

Oleoduto no canal do Alviela é um perigo permanente para as populações de VFX

Oleoduto no canal do Alviela é um perigo permanente para as populações de VFX

Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira declara guerra à instalação de oleoduto no concelho nos moldes previstos.

A ideia do Governo é adaptar o antigo canal do Alviela, que abastecia a capital de água, e transformá-lo em conduto para abastecer de combustível o aeroporto de Lisboa.

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, considera que a ideia do Governo de construir e adaptar o antigo canal de água do Alviela em oleoduto para servir o aeroporto de Lisboa vai ser gravemente lesiva para a comunidade: e pode representar riscos sérios de segurança para as pessoas que vivem no concelho de Vila Franca de Xira.


Mesquita lembra que o seu concelho tem sido “martirizado” há décadas, desde o grande desenvolvimento industrial do pós-25 de Abril, com acessibilidades a Lisboa e que isso deve merecer atenção especial do Governo. Em alternativa à utilização do antigo canal do Alviela, os socialistas propõem a passagem do oleoduto na faixa de terreno inicialmente pensada para acolher o comboio de alta velocidade (TGV).


Numa declaração política lida na manhã de quarta-feira, 13 de Maio, no arranque da reunião do executivo camarário, o autarca colocou preto no branco a sua posição contra o equipamento, depois de outros partidos, como o PSD, já o terem feito em assembleia municipal.


Alberto Mesquita está “firmemente contra” o projecto em prol da defesa da segurança das populações e considera que, a avançar, representará um perigo “permanente, real e efectivo” para a população que vive no concelho, em especial nas zonas mais densamente populosas como Alverca, Forte da Casa e Póvoa de Santa Iria.


A declaração vai ser enviada aos ministros da Economia, Ambiente e Infraestruturas e às diferentes bancadas políticas representadas no Parlamento. Também vão ser remetidas cópias aos concelhos vizinhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Loures e Lisboa.


Alberto Mesquita frisou não ser contra a construção do oleoduto entre o parque de Aveiras e o aeroporto que considera um investimento necessário, estratégico e inadiável. Mas manifestou a sua “firme e inequívoca oposição à utilização do traçado do canal do Alviela e da respectiva conduta”, evocando os elevados riscos de segurança, protecção civil e até consequências ambientais que poderão advir da utilização daquela infra-estrutura.


“A conduta passa por uma das áreas mais populosas do país. A utilização do canal com um oleoduto seria um perigo permanente, real e efectivo para as populações, com elevado risco para a integridade de pessoas e bens em aglomerados habitacionais densamente populados”, avisa o autarca.


O projecto inicial tem mais de 20 anos mas foi abandonado na altura por razões económicas e ambientais. Agora o Governo quer avançar com a obra depois das perturbações no abastecimento ao aeroporto causadas pelas greves dos motoristas de pesados.

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