Como é o seu dia-a-dia? O que sente perante um vírus que é um inimigo invisível? O que o move ou o entristece? O que vê da sua janela? Que reflexões lhe provoca este período? Quais as suas formas de se adaptar e reinventar? Estas são algumas das questões a que o documentário produzido pelo Casulo, o Núcleo de Artes Performativas do Grémio Dramático Povoense, quer dar resposta.

A população está a ser convidada a participar no documentário “Isolamento Obrigatório” que agrega relatos de quem passou em casa os tempos do estado de emergência em Portugal devido à pandemia do novo vírus da pneumonia.

Da autoria de Marlene Barreto, quem quiser participar com relatos pode fazê-lo através do endereço isolamento.obrigatorio@gmail.com. “Se cada um de nós fosse protagonista dos filmes das nossas vidas, as cenas antes do estado de emergência teriam dezenas de planos externos e personagens. Durante a quarentena, porém, as nossas longas-metragens ficam limitadas ao lar, às poucas companhias com quem dividimos o tecto, aos nossos cães, gatos, plantas e objectos”, explicam os autores do documentário.

O documentário que agrega histórias do isolamento ainda não tem data de estreia anunciado mas já se sabe que será realizado em parceria com a Mescla Criativa e que terá guião e realização de Marlene Barreto. A produção será “totalmente caseira”, reflectindo todos os desafios de produzir um projecto cinematográfico sem que se saia de casa. A produção fica a cargo de Jorge Feliciano, também presidente da direcção do Grémio Povoense. Outros nomes na produção incluem Patrícia Souso na consultoria técnica, Rita Paiva na edição de imagem e Luís Mestre na pós-produção.

“São essas histórias de quarentena que o documentário “Isolamento obrigatório” deseja reunir para servir como registo deste momento histórico de crise e incertezas vivido por todo o mundo”, acrescentam os responsáveis. Os depoimentos e imagens podem ser gravados até com telemóvel ou máquina fotográfica em formato horizontal.

“O contágio pelo novo coronavírus é democrático e indiscriminado, da mesma forma que, para o combater, se torna extremamente necessária a empatia e a união”, acrescenta a nota de imprensa do Grémio. Além dos relatos dos moradores o documentário irá incluir entrevistas a médicos, enfermeiros, operadores de supermercado, jornalistas, vítimas do coronavírus e outras pessoas em quarentena.