Sociedade | 04-08-2020 12:30

Concurso para oleoduto que vai atravessar VFX ficou deserto mas Governo não desiste

Concurso para oleoduto que vai atravessar VFX ficou deserto mas Governo não desiste
REPORTAGEM COMPLETA

Ministro do Ambiente insiste na construção dessa infra-estrutura destinada a abastecer o aeroporto de Lisboa a partir da Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras de Cima.

O anúncio lançado pelo Governo para entrega de propostas de privados com vista à construção de um novo oleoduto para ligar a Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, ao aeroporto de Lisboa, e que atravessará zonas densamente povoadas do concelho de Vila Franca de Xira, ficou deserto e sem interessados. Mas isso não demove o Ministério do Ambiente de pressionar e continuar a defender aquela obra.


Até ao final do prazo fixado – 20 de Abril – não foram formalmente apresentadas quaisquer manifestações de interesse em promover o projecto, excepto da própria CLC, que já tinha manifestado interesse em promover a construção e a operação do oleoduto, aproveitando o pré-existente canal do Alviela, que transportava água para Lisboa. O ministério diz agora que o processo seguirá os trâmites legais, seguindo-se a decisão ministerial sobre o projecto de traçado, ao qual, se positivo, se seguirá a apresentação por parte do promotor CLC dos projectos base ou de detalhe para a obra. Os eleitos municipais continuam preocupados e estão contra essa possibilidade, por considerarem que a instalação vai representar um risco para pessoas e bens de Vila Franca de Xira.


O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, foi questionado na Assembleia da República sobre o assunto pelo deputado e também presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS), numa audição parlamentar. Matos Fernandes manteve a sua convicção que a utilização do canal do Alviela é a melhor solução e que a alternativa passaria por usar a auto-estrada do norte (A1), mas que a obra implicaria fechar faixas de rodagem durante mais de um ano. “O canal é o sítio mais desimpedido e com grandes benefícios ambientais”, explicou.


O governante diz que o oleoduto “nunca terá mais de 20 centímetros de diâmetro” e que ficará dentro do espaço do canal, que tem dois metros de altura e 10 de largura e é feito em alvenaria. “Conheço bem Vila Franca de Xira e aqui não está em causa criar uma nova servidão mas sim usar uma galeria que já lá existe. É um espaço que já está comprometido pelo seu passado e é o local ideal para dispensar as centenas de camiões que todos os dias passam na zona”, explicou.


Os eleitos municipais de Vila Franca de Xira continuam a rejeitar liminarmente a possibilidade de aproveitamento da antiga conduta de abastecimento de água para criação do oleoduto. “A obra está prevista terminar no primeiro semestre de 2021 e terá um custo de 40 milhões de euros. É da maior importância que o aeroporto receba combustível de forma simples, rápida e segura. Mas não a qualquer custo”, refere a moção aprovada por maioria em assembleia municipal e da qual O MIRANTE já deu nota.

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