O município de Vila Franca de Xira vai suportar 350 mil euros dos três milhões de euros que custará a construção do novo viaduto que permitirá um acesso entre a zona dos Caniços, na Póvoa de Santa Iria, e a nova urbanização Vila Rio, da empresa Teixeira Duarte, que está a ser construída na zona ribeirinha da cidade.
Há a promessa do município vir cobrar uma sobretaxa ao promotor para custear essa verba mas só depois de trinta por cento da urbanização estar concluída e vendida. Uma situação que mereceu forte contestação da oposição CDU e Bloco de Esquerda na Câmara de Vila Franca de Xira, na última reunião do executivo, por não concordar que o município injecte dinheiro público a construir um acesso que é do interesse do promotor imobiliário privado.

A proposta em discussão – o adiamento por mais um ano do protocolo entre a câmara e a Teixeira Duarte de construção do viaduto – foi aprovado pela maioria socialista e vereadora do PSD com os votos contra da CDU e BE. A câmara pede no documento mais 12 meses para estudar a integração da nova estrutura com a linha de caminho de ferro, a necessidade de compatibilizar o novo viaduto com as infraestruturas ali existentes e a identificação e estabelecimento de contactos com terrenos a abranger para a construção do viaduto e que, muito provavelmente, terão de ser adquiridos ou expropriados.

O novo viaduto deverá ligar a rotunda junto ao Instituto de Apoio à Comunidade (IAC), no Forte da Casa, ao outro lado da linha de comboio, na Póvoa de Santa Iria, passando por cima da rotunda dos Caniços.
O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), não quis comentar as críticas da oposição de ter de ser o município a financiar parte da obra lembrando apenas que “com ou sem Vila Rio teríamos de fazer outra passagem superior” porque a actual, considerou, já não tem capacidade de resposta.

Oposição teme filas e carteira vazia

A oposição continua a criticar a nova urbanização à beira rio que vai nascer na Póvoa de Santa Iria. Rui Perdigão, do Bloco de Esquerda, considera todo o projecto “um grande erro” e avisa que o fluxo automóvel vai ser imenso. “Não sabemos qual será a despesa real da câmara na construção daquele viaduto onde não tem necessidade de se meter”, avisa. As vias primárias vão manter-se e acrescenta-se mais trânsito, defendeu o autarca.

Também os eleitos da CDU estão cépticos. “O viaduto custará três milhões mas a Teixeira Duarte apenas suporta uma verba até dois milhões e 650 mil euros. Ficando a câmara responsável por pagar os restantes 350 mil euros. Não concordamos com este acréscimo de responsabilidade. Todo e qualquer promotor, se os estudos indicam aumento do tráfego, tem de assumir as responsabilidades para resolver isto”, criticou Nuno Libório.