Sociedade | 19-09-2020 18:00

Dono de sucata condenado por tentar atropelar equipa de reportagem

Empresário de Torres Novas foi condenado por ter agredido repórter de imagem, ao empurrar a câmara de filmar, e por ofensas à integridade física na forma tentada, ao acelerar o carro em direcção ao operador de câmara e à jornalista que estavam a fazer uma reportagem de investigação.

O empresário de Torres Novas que há quatro anos tentou atropelar uma equipa de reportagem da RTP e agrediu o repórter de imagem foi condenado a dois anos de prisão, com pena suspensa por igual período. O Tribunal de Santarém determinou que para evitar ser preso, o dono da sucata RVO tem de pagar no prazo de um ano 4.500 euros, dos quais três mil ao repórter de imagem e 1.500 à jornalista.

O colectivo de juízes deu como provado que Paulo Lopes empurrou a câmara de filmar, instalada perto da entrada da sua empresa, atingindo o operador de câmara, José Almeida, na cara. De seguida pegou no carro e arrancou de dentro das instalações em direcção à equipa de reportagem, batendo na câmara de filmar, regressando depois às instalações de marcha atrás. Só não atingiu o repórter de imagem e a jornalista Soraia Ramos porque estes conseguiram fugir.

O acórdão do tribunal refere que a equipa do programa “Sexta às 9” tinha-se deslocado à empresa no dia 1 de Setembro de 2016 para fazer uma reportagem de investigação, mas o dono da sucata não estava. Soraia Ramos telefonou ao empresário e acordou uma entrevista à porta da empresa para as 14h00 do mesmo dia. Só que na altura o arguido não terá gostado que a equipa tivesse começado a filmar à porta da empresa e, antes de cometer os crimes, começou a esbracejar e a dizer para pararem de filmar.

Para os juízes, o empresário sabia que o veículo que conduziu em direcção aos elementos da RTP constituía “um meio particularmente perigoso e adequado a provocar lesões físicas”. A decisão do tribunal releva que apesar de o arguido se ter insurgido contra as filmagens, o repórter de imagem não deixou de filmar e que o arguido é uma pessoa calma, assertiva e com sentido de responsabilidade. Refira-se ainda que o empresário disse em julgamento ser possível que os elementos da RTP ao verem o carro a avançar pensassem que os iria atropelar, mas ressalvou que não era essa a sua intenção.

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