Agroglobal conquistou o reconhecimento do primeiro-ministro, por ser uma feira que contribui para a inovação da agricultura. Para demonstrar a admiração que tem pelo certame fundado e organizado por Joaquim Pedro Torres, produtor de milho, António Costa fez tudo para que a agenda do Governo para a agricultura nos próximos 10 anos ficasse pronta durante a feira, que este ano não teve expositores, mas que realizou conferências sobre o sector.

A Agenda para a Inovação da Agricultura 2020-2030 foi aprovada no conselho de ministros de quinta-feira, dia 10. No dia seguinte o primeiro-ministro foi ao certame, em Valada, concelho do Cartaxo, abrir o seminário “Portugal no futuro, uma visão estratégica para a agricultura, alimentação e território”, e dizer que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, iria minutos depois apresentar o documento no espaço onde se faz a feira e onde, ao mesmo tempo, se produz milho e se faz demonstrações e ensaios de outras culturas.

António Costa disse que é preciso produzir-se mais e melhor enfrentando as alterações climáticas e tendo em conta que Portugal é um dos países que mais sofrerá com esse fenómeno. O primeiro-ministro defendeu uma agricultura mais tecnológica e com mais conhecimento e cadeias de produção que evitem que o país fique dependente do exterior quando existir alguma crise, como a actual pandemia. Aproveitou para agradecer aos agricultores nunca terem parado e sublinhou que foi graças à inovação que Portugal reduziu, na última década, em cerca de 400 milhões de euros por ano, o seu défice alimentar e que viu crescer as exportações no sector agroalimentar, em média, 5% ao ano.

O organizador da feira lembrou que a agricultura é um factor para construir um país mais coeso e equilibrado a nível ambiental e social. Joaquim Pedro Torres salientou que a agricultura tem um papel importante na economia, realçando que a agricultura europeia é das mais seguras do mundo. Comentou que não se pode permitir desperdícios, nomeadamente de água.

Primeiro-ministro na Agroglobal é um sinal para o sector

O presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, considerou que a presença de António Costa na Agroglobal é um sinal para o sector e para um território de “terrenos férteis para a agricultura mas também para semear negócios e ideias”. O autarca salientou também a ligação agrícola ao Tejo, elogiando os esforços que o Governo tem feito para proteger este recurso natural. Pedro Magalhães Ribeiro terminou agradecendo a Joaquim Pedro Torres pela resiliência que tem tido para continuar a investir neste território e por fazer a que considera a maior feira agrícola a céu aberto da Europa.

Objectivos da agenda para a agricultura

O objectivo do plano é desenvolver ainda mais a agricultura com base na sustentabilidade, na inovação e em respeito com o ambiente. António Costa diz que a agricultura tem de estar no centro das atenções. O primeiro-ministro destacou a importância da agricultura que num contexto de crise, como a pandemia, é fundamental para que nada falte em termos de alimentação às populações.

O primeiro-ministro afirmou que a visão estratégica proposta por Costa Silva, presente no seminário, tem como um dos eixos principais a coesão, a agricultura e a floresta. “Cada vez mais as tecnologias da informação são uma ferramenta de trabalho tão importante como a enxada para o trabalho agrícola”, declarou António Costa.