O conselho de administração da Cerci Flor de Vida, instituição de Azambuja que apoia pessoas com deficiência, demitiu-se, não que queira mesmo provocar eleições, mas para promover uma troca de lugares dirigentes. Um mês antes de completar o primeiro ano de um mandato de quatro, à frente da instituição, a direcção quer colocar outras pessoas em cargos para novos projectos da instituição. Perante a posição da direcção, a mesa da assembleia ainda não sabe o que fazer e aparentemente não quer marcar eleições, abrindo um período de reflexão.

A O MIRANTE, José Manuel Franco, presidente da instituição, explica que este pedido se prende com novos objectivos e projectos que a Cerci tem para os próximos anos, como a criação de uma Unidade de Cuidados Continuados e Estrutura Residencial para Idosos. “Estamos numa fase de apresentar novos projectos, e precisamos de ter a certeza que a administração é capaz de cumprir estes objectivos”, explicou o dirigente, sublinhando que “as mudanças não têm de acontecer apenas quando há resultados negativos”.

Sobre uma eventual eleição, o dirigente diz que pode nem ser necessária. “O presidente da assembleia é que vai decidir se há ou não eleições e quando. Pode ser daqui a um mês ou daqui a três anos”, sustentou.

Da primeira reunião de reflexão entre a administração e os representantes da mesa da assembleia, realizada a 9 de Janeiro, saíram algumas conclusões, mas mantêm-se dúvidas, entre elas, “se será este o momento adequado para promover essas alterações” e “se foram avaliados eventuais danos indirectos”. Ficou ainda em cima da mesa a possibilidade de “alteração ao órgão de direcção e administração e a criação de uma estrutura profissionalizada para suporte técnico”, lê-se num comunicado enviado ao nosso jornal.