Sociedade | 06-03-2021 15:00

Câmara de Santarém paga para reaver terrenos que vendeu a preço simbólico

Câmara de Santarém paga para reaver terrenos que vendeu a preço simbólico
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Os cerca de 10 hectares de terreno nos arredores da cidade custaram mais de um milhão de euros à autarquia há cerca de vinte anos.

A Câmara de Santarém e a Lactogal chegaram a acordo para reverter para a posse da autarquia os cerca de 9 hectares de terrenos, na zona da Quinta da Mafarra, que o município vendeu a preço simbólico à empresa, há cerca de vinte anos. A intenção era criar nas imediações da fábrica de cerveja Cintra uma grande fábrica de queijos, mas a oportunidade gorou-se e a unidade industrial acabou por ir para Oliveira de Azeméis.

Tal como relatámos à época, o município não conseguiu garantir a totalidade dos terrenos necessários para o projecto da Lactogal. A Câmara de Santarém ainda conseguiu adquirir dois terrenos, um de 5,6 hectares por 816 mil euros e outro com 3,5 hectares que custou 353 mil euros – depois cedidos à Lactogal pelo preço simbólico de 1 cêntimo o metro quadrado – mas ficou a faltar a aquisição de um terceiro terreno, com 4,3 hectares, aos proprietários da Quinta da Mafarra para que ficasse garantida a área considerada necessária pelo promotor.

Com os terrenos desaproveitados e com a autarquia a necessitar de áreas para instalar empresas as duas partes chegaram agora a acordo. O município vai pagar uma quantia, ainda não divulgada, para ressarcir a Lactogal dos custos que teve com todo este processo, disse o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), na última sessão da assembleia municipal. Os termos de acordo devem ir a uma das próximas reuniões de câmara.

Tal como noticiámos na edição de 25 de Novembro de 2005, a Lactogal desistiu de criar uma fábrica em Santarém cansada de esperar pelo desbloqueamento da totalidade de terreno necessária à instalação da fábrica de queijos e outros lacticínios. Um processo que já durava há cerca de cinco anos e tocou três mandatos autárquicos e três presidentes de câmara: José Miguel Noras, Rui Barreiro e Moita Flores. Previa-se que a unidade fabril criasse 200 postos de trabalho directos e produzisse cerca de 12 mil toneladas de queijo por ano.

Em 2009 ainda chegou a vislumbrar-se uma solução para aqueles terrenos, com o interesse manifestado pela empresa Lusocolchão, do grupo JJ Louro, que queria expandir os seus negócios e construir ali uma nova unidade para produção de estofos para sofás e para o aprovisionamento de matérias-primas. No entanto, esse projecto também não avançou.

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