Sociedade | 09-05-2021 15:00

Autarca de VFX ameaça cortar acesso ao aterro de Mato da Cruz 

Autarca de VFX ameaça cortar acesso ao aterro de Mato da Cruz 
SOCIEDADE

Via de acesso ao aterro é municipal e a câmara e a junta de freguesia querem alterar os regulamentos de trânsito para impedir camiões de passar no local. Cerram-se fileiras exigindo o fecho do aterro este ano.

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), deixa um aviso sério à Valorsul, empresa que explora o aterro sanitário de Mato da Cruz e da qual também o município é accionista minoritário, ameaçando cortar o acesso a esse equipamento.

O município está farto dos impactos negativos do aterro, espera um encerramento completo da unidade até ao final deste ano e junta-se agora ao apelo à revolta popular deixado pelo presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Carlos Gonçalves, na semana anterior.

A via de acesso ao aterro é municipal o que significa que a câmara tem o poder de interditar a circulação a veículos pesados. Situação que, na prática, impediria o aterro de receber mais lixo. A Valorsul tem uma alternativa a Mato da Cruz, espaçosa e isolada das populações, situada no Vilar, concelho do Cadaval, mas a distância a percorrer para deposição dos resíduos onera o processo.

Na última Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, a bancada da Coligação Mais, liderada pelo PSD, apresentou uma moção exigindo que seja formalmente agendada uma data para o encerramento do aterro, finda a qual a câmara deverá interditar a passagem de veículos pesados nas vias de acesso.

O presidente da câmara diz que a proposta “pode bem vir a ter sequência” e lembra que, por não se recandidatar, poderá ser “o polícia mau” neste processo sem ter nada a perder. “Pensei ir lá uma retroescavadora fazer uma vala profunda à entrada de Mato da Cruz e ninguém entra. O que é proposto é algo mais sofisticado, nada tão radical como eu pensava fazer”, disse Alberto Mesquita.

Acabar com a brincadeira

Rui Rei, da bancada da Coligação Mais, criticou “o atentado à saúde pública” que o aterro representa e notou que é preciso “acabar com a brincadeira” porque, considera, “a Valorsul não respeita coisa nenhuma” e defende que se o encerramento do espaço depender da Agência Portuguesa do Ambiente então “todos morrerão” primeiro. Também João Fernandes, do Bloco de Esquerda, pede “máxima mobilização” da comunidade contra aquele equipamento.

A Valorsul já havia refutado as declarações ou insinuações que colocassem em causa a boa gestão ambiental do aterro, lembrando que a instalação funciona há 22 anos detendo uma licença ambiental concedida pela Agência Portuguesa do Ambiente, “que estabelece um extenso e rigoroso programa de monitorização ambiental”. A empresa confirma ter incluído no seu plano de investimentos para o triénio 2019-2021 a primeira fase da selagem do aterro mas não o seu total encerramento.

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