O edifício do Tribunal de Rio Maior, que fez 60 anos e é um marco na arquitectura, e o de Alcanena, que funciona numa escola há quase meio século, vão ser recuperados com a colaboração das câmaras municipais. Os protocolos de colaboração com o Ministério da Justiça estão a ser ultimados para que as obras possam começar em breve.

No caso de Rio Maior o edifício que marca a arquitectura civil judicial do Estado Novo, num projecto polémico na época por fugir à lógica monumental dos palácios da justiça, a autarquia vai fazer o projecto e a Justiça assume os trabalhos. Em contrapartida o município vai utilizar as antigas salas da conservatória, que passaram para a Loja do Cidadão, até perfazer o custo do projecto. O tribunal, do arquitecto Sebastião Formosinho Sanches, que assinou várias obras importantes como a do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, assume linhas modernistas e distingue-se por estar implantado num parque urbano, ajardinado e arborizado.

No caso de Alcanena, a escola da vila foi cedida ao Ministério da Justiça após o 25 de Abril, em 1977, mas não se encontrou qualquer documento que o comprovasse. Por isso foi feito um contrato de comodato para regularizar a situação e a câmara acordou com a Justiça assegurar os trabalhos de melhoria da cobertura da secção de proximidade, substituição de caixilharias e pinturas exteriores enquanto o ministério vai fazer obras no interior do edifício. O acordo foi para aprovação à reunião de câmara de dia 17 e a autarquia vai continuar a ceder gratuitamente as instalações para, segundo a presidente do município, Fernanda Asseiceira, garantir a existência de um serviço importante para a população.