Sociedade | 13-06-2021 18:00

Mais de 90 mil utentes sem médico de família na região 

Mais de 90 mil utentes sem médico de família na região 
SOCIEDADE

Quase metade dos utentes sem médico de família está afecta ao Agrupamento de Saúde do Estuário do Tejo, onde se inserem os concelhos de Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira. Abertura de poucas vagas em concursos da especialidade e número de aposentações agravam o problema.

A promessa foi feita pelo Governo em 2016, mas cinco anos depois continua a haver milhares de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem médico de família. Na região ribatejana, segundo os dados da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo avançados a O MIRANTE em Maio, o problema traduz-se em 91.955 pessoas sem médico atribuído. Um número que regista uma subida de mais de 10 mil pessoas sem médico comparativamente a Outubro de 2020 e que a ARS justifica com o “aumento do número de utentes inscritos”, a pandemia e a aposentação de clínicos na região.

É no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo, do qual fazem parte os concelhos de Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira, que o problema é mais notório, havendo 49.624 utentes a aguardar para serem integrados numa lista de médico de família. Dessa lista fazem parte 182.813 pessoas. Segue-se o ACES do Médio Tejo com 22.208 utentes sem médico, a contrabalançar com os 202.253 do mesmo agrupamento que têm um clínico de Medicina Geral e Familiar atribuído. O ACES Lezíria é dos três o que tem menos utentes com médico de família (174.393) e sem médico de família (20.123).

Na origem deste aumento de utentes sem médico no último ano (quatro por cento), na região, a ARS explica que está o elevado número de aposentações entre médicos. Desde Janeiro de 2021 até Maio ocorreram 63 saídas por aposentação de médicos de família e clínicos gerais, refere a mesma entidade, adiantando que se encontram em curso, e a aguardar despacho da Caixa Geral de Aposentações, mais 30 pedidos de aposentação. No mesmo período saíram ainda dos ACES da região, por concurso de mobilidade, sete profissionais, prevendo-se a saída de mais um profissional em Junho.

A ARS salientou ainda que a região consegue atrair todos os jovens médicos que aqui são formados, mas nem todas as restantes vagas são ocupadas por jovens formados fora da região. No que respeita ao número de especialistas em Medicina Geral e Familiar que entraram na ARS em 2020 e 2021, no âmbito dos procedimentos concursais - dois em Agosto e um em Dezembro - foram colocados 174 profissionais, dos quais 34 iniciaram funções entre Fevereiro e Maio deste ano. O atraso nas colocações deveu-se à pandemia. Relativamente ao procedimento concursal para a primeira época de 2021, a ARS de Lisboa e Vale do Tejo propôs à tutela a atribuição de 262 vagas para a especialidade de Medicina Geral e Familiar, estando a aguardar essa autorização.

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