Sociedade | 17-06-2021 07:00

Se não fossem as indemnizações já tinha fechado a passagem de camiões

Se não fossem as indemnizações já tinha fechado a passagem de camiões
ENTREVISTA
Pedro Ribeiro vai candidatar-se ao terceiro e último mandato na presidência da Câmara de Almeirim

Pedro Miguel Ribeiro, presidente da Câmara de Almeirim, só pode fazer mais um mandato.

Pedro Miguel Ribeiro conseguiu o maior resultado para o PS na região nas últimas autárquicas. Esteve a poucos votos de ficar com um executivo só de socialistas, mas a CDU conseguiu segurar o seu lugar. O autarca, presidente da Comunidade Intermunicipal, dos bombeiros voluntários da cidade e de mais uma série de organismos vai recandidatar-se a um terceiro e último mandato. Quando sair da câmara já não vai voltar, mas voltar para a sua profissão nas Finanças não é o que mais gostaria. Uma candidatura à capital de distrito é coisa que diz nunca ter sido uma questão em cima da mesa.

Na entrevista que dá esta semana a O MIRANTE, o autarca de 47 anos, recusa-se a falar das opções dos seus colegas, mesmo em situações prementes para a região como a construção do IC3 entre a Chamusca e Almeirim para desviar os camiões de transporte de resíduos de dentro das localidades. Mas é crítico em relação ao Governo e não se coíbe de dar umas ferroadas no seu partido. Defensor do poder local e do mundo rural diz que há gente em Lisboa que não sabe o que é o país e que tenta impor as suas vontades e os seus gostos. Chega mesmo a falar em idiotas, quando um dia disseram que tinham de desviar a adega de Benfica do Ribatejo porque alguém com um programa informático fez um cenário em que as instalações podem ser atingidas pelas cheias no Tejo.

Almeirim está quase a concluir a circular urbana. Os seus colegas de Alpiarça e Chamusca, por onde passam também os camiões de resíduos para o Ecoparque não deviam fazer o mesmo em vez de se lamuriarem com a não construção do IC3?

O IC3 é importante para a região. A circular urbana não resolve porque precisamos daquela ligação.

Mas as circulares retiravam os camiões de dentro das localidades.

Não comento as opções dos meus colegas. Na Lezíria há muitos anos que temos o principio de não comentar as decisões dos outros. Não conheço o território dos meus colegas para emitir opinião.

Como presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo dizer que não conhece o território deixa-o mal.

(Risos). Não falo sobre as opções estratégicas dos meus colegas.

Ou seja, cada um vive por si e não há uma estratégia global.

Não é isso. Definimos em conjunto estratégias globais, agora não sou eu que tenho de dizer que, por exemplo, uma estrada deve passar num local ou noutro. O IC3 tem de ser feito e é de uma grande desonestidade da administração central ainda não ter feito a obra. Sou a favor da descentralização e da regionalização, agora o que não posso é ter um Estado abdica de um conjunto de competências e que não cumpre o que promete. O Estado não cumpre a sua palavra. É a negação da confiança que deve haver entre administração central e local.

A administração central sabe bem que tem a as câmaras nas mãos.

A Chamusca resolveu um problema ao país ao permitir a instalação dos centros de tratamento de resíduos e o Estado só tinha de resolver o problema da construção do IC3. Se fosse possível eu já tinha fechado o trânsito aos camiões que transportam resíduos, mas juridicamente não o conseguimos. Se fecharmos a estrada depois estamos sujeitos a pagar indemnizações incomportáveis. Mas no dia que estivessem impedidos de circular o dinheiro aparecia para fazer a obra.

As câmaras deviam juntar-se e fazerem um itinerário complementar ou auto-estrada?

Já propus fazermos a auto-estrada por administração directa com a engenharia militar. Estamos disponíveis para fazer um estudo para serem as câmaras a construírem a auto-estrada e ficarmos com o recebimento das portagens. A falta de cumprimento das promessas só acontece aqui, porque em Lisboa ou nos grandes centros isso não se passa. O distrito de Santarém vale nove deputados e Lisboa vale 57 deputados. É aqui que está o problema.

* Leia a entrevista completa na edição semanal em papel desta quinta-feira, 17 de Junho

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