Sociedade | 24-06-2021 10:00

Há um eleitorado que prefere o perfil de capataz de mini na mão

Há um eleitorado que prefere o perfil de capataz de mini na mão
António Jorge Lopes foi vereador da oposição na Câmara de Azambuja durante 12 anos e é membro da assembleia municipal

António Jorge Lopes foi vereador do PSD, durante 12 anos, fazendo oposição na Câmara de Azambuja e agora é eleito na assembleia municipal, mas vai deixar a política autárquica .

Nesta entrevista, no escritório onde exerce advocacia, António Jorge Lopes diz que quem depende do dinheiro da política local não tem liberdade, que um dos problemas da vida autárquica é verem-se as mesmas caras durante décadas. Diz que o actual presidente da câmara às vezes nem percebe os documentos que está a ler, mas tem a mania que sabe tudo. Considera que os autarcas socialistas curvaram-se para ter o aterro e agora querem fechá-lo e que foram coniventes com a matança de animais na Torre Bela. O advogado de 51 anos está apreensivo com o futuro, caso continue o que considera a “monocultura” da logística no concelho, prevendo que daqui por dez anos as empresas vão estar automatizadas e milhares de pessoas vão estar desempregadas.

Silvino Lúcio tem perfil para presidente da câmara?

Se as pessoas quiserem um concelho governado por alguém que é uma espécie de capataz, tem todo o perfil. A câmara tem de ser gerida por um bom gestor, por alguém com capacidade, alguém do século XXI e que não tenha parado nos anos 80.

Silvino Lúcio é uma pessoa popular no concelho, que pode ganhar muitos votos...

Porque ele bebe uma mini ou duas no café da frente? Isso não faz dele uma pessoa com capacidade técnica. O Silvino e o presidente Luís de Sousa nem sequer percebem as propostas que lêem. Agora, claro que há um tipo de eleitorado que prefere o capataz com a mini na mão.

O que falta ao presidente Luís de Sousa?

Humildade. Ele parte do princípio que só ele é que sabe.

O vereador da Cultura, António José Matos, saiu do PSD em 2009 para o PS. A presidente da junta Inês Louro saiu do PS para ser candidata pelo Chega. O que acha das pessoas que mudam de partido?

Depende da motivação. As pessoas não são obrigadas a ficar num partido para sempre. O partido às vezes toma determinadas decisões e nós saímos. A probabilidade de Inês Louro ser eleita vereadora pelo Chega é praticamente nula. António José Matos saiu do partido depois de ter tido a atitude de destruir o PSD. Ele já estava no PS e continuava a exercer cargos no PSD. Quando finalmente saiu, o PSD Azambuja estava desfeito.

E vê o PSD a eleger mais vereadores para a Câmara de Azambuja?

Não tenho dúvidas. Acho que o cenário será três vereadores do PSD, três do PS e um da CDU.

*Leia a entrevista completa na edição semanal em papel desta quinta-feira, 24 de Junho

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