Regresso às aulas para os mais velhos era a vacina que faltava contra a solidão
Estudam para ganhar novas competências e combater a solidão. Ainda há algum receio, mas vence a vontade de voltar a conviver. O MIRANTE foi assistir ao regresso às aulas da Universidade Sénior do Concelho de Benavente, no pólo de Samora Correia, e da Universidade da Terceira Idade de Abrantes.
Em Abrantes os alunos sentam-se ordeiramente nas cadeiras para a primeira aula de História Local. Pousam os cadernos e canetas em cima das mesas enquanto aproveitam para pôr a conversa em dia depois de terem passado uma pandemia longe uns dos outros. Em Samora Correia sente-se o mesmo entusiasmo à medida que a sala vai ficando composta e o professor pede que se apresentem. Podíamos estar a falar de um regresso às aulas dos mais novos, mas neste caso o aluno mais novo tem 64 anos e o mais velho já passou dos 80.
Na Universidade da Terceira Idade de Abrantes (UTIA) a professora de História Local, Isilda Jana, distribui cartões pelos seis alunos presentes, onde é pedido que escrevam o nome, do que gostam ou não de fazer e o motivo que os levou a voltar à sala de aula. Aurora Romeiro, de 86 anos, termina primeiro que o marido, Fernando Romeiro, de 85, sentado o seu lado: “Gosto de bordar, não gosto da falta de sinceridade e inscrevi-me na UTIA porque queria aumentar conhecimentos”.