Sociedade | 08-05-2022 17:59

A dança é uma forma de combater o preconceito e ganhar auto-estima

Luna Tomé com Nuno Silva, alunos de ballet na Academia de Dança de Rio Maior

No Dia Mundial da Dança, que se comemora a 29 de Abril, O MIRANTE foi assistir a um ensaio de uma turma da Academia de Música e Dança de Rio Maior. Nuno Silva é o único rapaz no meio de 10 raparigas e confessa sentir orgulho por ter encontrado na dança uma forma de expressar os seus sentimentos.

Nuno Silva é o único elemento do sexo masculino de uma turma de 11 adolescentes que estão a aprender a dançar ballet na Academia de Música e Dança de Rio Maior. A professora Cristina Correia é a mentora de um projecto que pretende passar a mensagem que “a dança não tem género e é uma arte onde não há espaço para o preconceito”. Os alunos têm assimilado a mensagem categoricamente, como se pôde constatar pela alegria e sorrisos nos rostos no dia em que a reportagem de O MIRANTE os foi conhecer.
Nuno Silva inscreveu-se na dança há cerca de dois anos para aprender o estilo “hip-hop”. Rapidamente percebeu que não podia ficar por ali e embarcou na aventura de, ao mesmo tempo, aprender ballet. “Gosto da dinâmica das aulas e de dançar ao ritmo de músicas clássicas e contemporâneas”, afirma. Aos 14 anos Nuno Silva não hesita em afirmar que uma das coisas que mais o fascina na dança é o seu processo criativo, mas não só: “Ao mesmo tempo que trabalho a mente, divirto-me e faço exercício físico. Perdi uns quilos desde que comecei a dançar”, conta, com orgulho.
Cristina Correia, que escuta a conversa de O MIRANTE com Nuno Silva, realça a “coragem” do seu aluno para praticar uma actividade que “ainda sofre de algum preconceito no que respeita ao género”. O adolescente conta que já foi alvo de gozo por parte de alguns colegas, mas que nunca fez caso disso, pelo contrário, é um estímulo para continuar a entregar-se ao que mais gosta.
A professora considera qualquer dança uma excelente forma de ganhar respeito pelo outro e, acima de tudo, adquirir amor próprio e auto-estima. Os alunos são desafiados pelos compassos da música e seguem as instruções da professora até alcançarem cada vez mais autonomia. “É pela simbiose entre corpo e mente que estamos aqui. Não apenas para formar bons bailarinos, mas também para investir na formação dos alunos enquanto bons cidadãos”, vinca.
Luna Tomé é outra das alunas que não dispensa a dança do seu desenvolvimento pessoal. Tem 14 anos e dança desde os cinco, altura em que diz ter sentido uma “conexão indescritível”. Vem do concelho de Caldas da Rainha para Rio Maior duas vezes por semana para, nas suas palavras, “fugir da rotina” e ser “totalmente livre por umas horas”.
A Academia de Música e Dança de Rio Maior, fundada em 2018, sofreu um duro golpe durante a pandemia com o abandono de dezenas de alunos. No entanto, tem conseguido recuperar alguns deles e conquistado novos. Actualmente tem cerca de 60 alunos inscritos, quase todos residentes no concelho de Rio Maior, nas aulas de pré-ballet, ballet, danças contemporâneas e danças afro-latinas e também disponibiliza diversas disciplinas de música.

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