Os Bombeiros Municipais de Alpiarça assinalaram o 74º aniversário com um fim-de-semana de actividades que contou com a presença de muitos munícipes. O MIRANTE esteve presente no primeiro dia para conversar com o comandante Hugo Teodoro e alguns visitantes. A corporação é constituída por 34 operacionais, sendo que 12 são voluntários e quatro cadetes. Hugo Teodoro assegura que a associação está equilibrada em termos de efectivo disponível e que o concelho está salvaguardado em relação à capacidade de resposta sublinhando que também realizam muitos serviços fora do concelho.
No entanto, o comandante afirma que existe uma dificuldade generalizada em recrutar novos elementos para a corporação. “Ser bombeiro implica trabalhar muitas horas em prol dos outros. Os jovens hoje em dia querem passar o seu tempo ao computador, telemóvel ou a ver televisão”, lamenta. Hugo Teodoro considera que é necessário apostar na profissionalização dos bombeiros para benefício das populações e para que os próprios “tenham uma carreira digna”. O comandante refere ainda que é importante para a corporação de Alpiarça evoluir em termos de qualidade dos materiais. Sobre a iniciativa, Hugo Teodoro diz que é importante a associação estar próxima da população e mostrar o trabalho que fazem no dia-a-dia.
Segundo a bombeira Maria Pinto, uma das responsáveis pela iniciativa, os Bombeiros de Alpiarça são, a nível distrital, dos que têm a percentagem mais alta de formados em TAS – Tripulante de Ambulância de Socorro - rondando os 100 %. A operacional conta, em jeito de curiosidade, que no dia anterior ao início das comemorações saíram para prestar socorro em oito ocasiões incluindo um acidente. Mensalmente, os operacionais saem em média duas vezes por dia para prestar auxílio à população.
O primeiro dia de actividades começou com uma visita ao quartel, guiada pelos bombeiros Maria Pinto e Bernardo Pinto, onde estiveram presentes os escuteiros do Agrupamento 1301 de Alpiarça. Numa manhã de aprendizagem os escuteiros experimentaram os materiais e as viaturas. À tarde houve um workshop de salvamento em grande ângulo com recurso a rappel e um workshop de socorrismo. No domingo houve mais uma visita guiada seguindo-se uma demonstração de técnicas de mergulho e um workshop de desencarceramento com interacção da comunidade.

Filho de peixe sabe nadar

Salvador Teodoro, 14 anos, é filho do comandante e juntou-se à corporação há cerca de três anos integrando, desde o ano passado, o quadro auxiliar. Neste momento é cadete e aguarda ser promovido. Os Verões são passados no quartel a preparar geleiras para os colegas que vão para os incêndios, às vezes vai com eles “para ver como se faz”. O sonho de Salvador é ser bombeiro sapador como o pai. O pai, curiosamente, herdou a paixão do avô de Salvador passando toda a sua infância e adolescência no quartel. No aniversário da corporação Salvador esteve sempre presente e mostrou-se prestável com os colegas e visitantes da iniciativa.