Sociedade | 11-04-2023 18:16

Ex-fuzileiro acusado do homicídio de Fábio Guerra diz não ter noção se pontapeou alguém

Ex-fuzileiro acusado do homicídio de Fábio Guerra diz não ter noção se pontapeou alguém

O ex-fuzileiro Cláudio Coimbra, um dos acusados do homicídio do agente da PSP Fábio Guerra, admitiu hoje que tentou pontapear pessoas que o agrediram à saída da discoteca.

Na primeira sessão de julgamento no Campus de Justiça, em Lisboa, que arrancou esta terça-feira, 11 de Abril, Cláudio Coimbra, um dos ex-fuzileiros acusado de ter matado à pancada o agente da PSP, Fábio Guerra, disse não saber ao certo se atingiu alguém com os pontapés, mas admitiu, em resposta a perguntas da juíza presidente Helena Susano, que quando tentou pontapear as pessoas que o tinham agredido momentos antes, algumas delas "já estavam no chão".

O agente da PSD Fábio Guerra, antigo aluno da Escola Prática de Polícia de Torres Novas, morreu aos 26 anos em Março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara, quando se encontrava fora de serviço.

O Ministério Público (MP), recorde-se, acusou em Setembro os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko de um crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples no caso que culminou com a morte do agente.

No seu depoimento, Cláudio Coimbra explicou ao tribunal que as altercações começaram no interior da discoteca entre uma pessoa de nome Cláudio Pereira e Clóvis Abreu, este último o terceiro suspeito da morte de Fábio Guerra, mas que se encontra desaparecido, sendo procurado pelas autoridades.

Também Vadym Hrynko depôs como arguido, negando veementemente que tivesse pontapeado alguém na cabeça que estivesse de pé ou caído no chão e demarcando-se do golpe fatal que supostamente terá levado à morte do agente Fábio Guerra. O ex-fuzileiro admitiu, no entanto, que durante os confrontos no exterior da discoteca desferiu um soco em Fábio Guerra e afastou-o com um pontapé, para defender Cláudio Coimbra, afirmando que não viu Cláudio Coimbra a pontapear Fábio Guerra na cabeça.

Neste julgamento, com tribunal de júri, as testemunhas vão depor por videoconferência no âmbito do regime de protecção de testemunhas, uma situação que a defesa entende ser desnecessária e violadora do princípio da imediação da prova.

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