Sociedade | 21-06-2023 18:00

Acordeão é um instrumento que une gerações no Cartaxo

Acordeão é um instrumento que une gerações no Cartaxo
Andreia Sofia (ao centro) com alguns dos seus alunos e alunas que participaram no mais importante concurso de acordeão a nível nacional

Andreia Sofia tem 27 anos, é natural do Cartaxo, e é um exemplo de como o acordeão também é um instrumento tocado por mulheres. É responsável pela organização do Festival Internacional de Acordeão do Cartaxo e fundou uma escola de música, cujo ensino é maioritariamente online.

Andreia Sofia, 27 anos, começou a tocar acordeão aos nove por influência da mãe. Nessa altura a sua paixão tornou-se motivo de gozo na escola por ser uma prática para homens aos olhos dos seus colegas. No entanto, o seu talento era indiscutível e depressa deixou de sofrer de bullying e passou a ser admirada pelos seus pares. Iniciou-se como aluna na Sociedade Filarmónica Cartaxense, no Cartaxo, a sua terra natal, e aos 14 anos já tinha definido que queria ser professora de música. Fez o conservatório completo, licenciou-se e é mestre em Ensino da Educação Musical, estando a tirar uma licenciatura em acordeão. Dá aulas na Academia de Música de Alcobaça e é a principal responsável pela organização do Festival Internacional de Acordeão do Cartaxo.
“Leccionei pelas aldeias de Santarém até perceber que não tinha ritmo para deslocar-me. A minha vida é dedicada ao acordeão e na verdade nunca procurei trabalho, as pessoas sempre me procuraram”, revela a O MIRANTE. Andreia Sofia tem alunos dos cinco aos 80 anos e sente-se uma realizadora de sonhos. Para a acordeonista, o acordeão é um instrumento de luxo, portátil e muito versátil. Procura ensinar às gerações mais novas vários estilos de música para além da tradicional portuguesa, embora este último seja o mais procurado, refere. Andreia Sofia acrescenta que para tocar acordeão é preciso aprender a coordenar as mãos e dividir o pensamento entre a melodia e o acompanhamento, e não tem dúvidas de que escolheu dos instrumentos mais difíceis para tocar. “É a minha forma de expressão”, afirma, com um sorriso no rosto.

O ensino à distância
Desde cedo que Andreia Sofia procurou estar presente no digital, mostrar onde e com quem ia actuar. A jovem acordeonista ensina acordeão a crianças, jovens e adultos de norte a sul de Portugal, França, Suíça e Brasil através do computador. “A procura por aulas aumentou durante a pandemia porque as pessoas queriam ocupar-se e comecei a trabalhar muito online. O ensino online é o futuro”, defende.

Alunas conquistam pódios em concurso internacional

Camila Félix, Maria Clara, Maria Inês Carrapato e Leonor Vieira são alunas da escola de Andreia Sofia e ficaram em quarto lugar em categorias diferentes no concurso de acordeão mais importante a nível nacional, o 26º Troféu Nacional/7º Concurso Internacional de Acordeão. Camila Félix, de Malaqueijo, no concelho de Rio Maior, e Maria Clara, do Reguengo, no concelho do Cartaxo, integraram a Categoria C Infantil 1 e Maria Inês Carrapato e Leonor Vieira, ambas da Moçarria, no concelho de Santarém, a Categoria N – Juvenil Variété. O concurso realizou-se em Alcobaça, no fim-de-semana de 27 e 28 de Maio, com centenas de jovens de várias escolas de acordeão do mundo. Andreia Sofia foi campeã nacional do concurso na categoria “Prémio João Barra Bexiga”, em 2019.

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