Maria do Céu Antunes ignora preocupações dos apicultores
A ministra, natural de Abrantes, entrou para a reunião do conselho de ministros, em Évora, à pressa tentando passar despercebida. Os apicultores alertam para o facto de o sector estar a morrer
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, antiga presidente da Câmara de Abrantes, ignorou o protesto de um grupo de apicultores em Évora, onde decorre o conselho de ministros. A ministra, natural de Abrantes, entrou para a reunião à pressa tentando passar despercebida. Os apicultores, oriundos da Beira Baixa, Alentejo e Algarve, alertam para o facto de o sector estar a morrer e pedem a intervenção do Governo.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem, como “senhora ministra faça qualquer coisa pelas abelhas, elas estão a morrer” ou “este Governo mata as nossas abelhas”. Muitos empunhavam cartazes onde se podia ler “Sem abelhas não há alimentos” ou “a crise também nos afecta”.
“Um dos graves problemas é que não temos apoios a nível nacional. A ministra da Agricultura não quer saber de nós”, lamentou José Lopes Afonso, apicultor na zona de Castelo Branco. Assinalando que o sector enfrenta quebras de produção de “70% ou 80%”, devido à seca, este apicultor salientou que “os espanhóis têm um subsídio chorudo” por colónia e que os portugueses “não têm direito a nada”.
O presidente da Federação Nacional de Apicultores, Manuel Gonçalves, garante que Portugal perdeu “cerca de 200 mil das mais de 700 mil colmeias” devido ao decréscimo do efectivo de abelhas, que vinha sendo registado desde há três anos e se agravou nas quebras do ano passado. As ajudas que existem à apicultura em Portugal, segundo disse, são dadas a organizações de produtores, e nenhuma diretamente ao apicultor.