Santarém põe à venda apartamentos da ex-EPC a preços mais acessíveis
O município de Santarém vai efectuar nova tentativa para alienar património ao abandono que pertenceu à Escola Prática de Cavalaria, depois de se ter gorado o projecto para ali criar residências para estudantes.
A Câmara de Santarém vai colocar novamente à venda os quatro blocos de apartamentos que em tempos pertenceram à Escola Prática de Cavalaria (EPC). A hasta pública está marcada para dia 28 de Julho, pelas 10h00, no salão nobre dos Paços do Concelho. A base de licitação para cada um dos blocos, composto por oito apartamentos, é de 217.580 euros, um valor substancialmente mais baixo do que em anteriores tentativas, nomeadamente em 2017, onde chegou a superar os 500 mil euros por bloco.
A realização da hasta pública foi aprovada pelos eleitos do PSD e do PS na reunião do executivo de 26 de Junho, com o vereador do Chega a abster-se. A proposta tem ainda de ser aprovada pela assembleia municipal, que reúne a 30 de Junho. Os interessados devem elaborar as propostas e entregá-las até às 16h30 do dia 26 de Julho de 2023, no Departamento de Administração e Finanças/Divisão de Finanças da Câmara de Santarém. O vice-presidente da autarquia, João Leite, referiu que o objectivo, com a venda e reabilitação daqueles edifícios devolutos e ao abandono, é promover a habitação de qualidade.
Na mesma reunião, o executivo aprovou a revogação do protocolo que tinha estabelecido em Setembro de 2021 com o Instituto Politécnico de Santarém, que previa a cedência daqueles blocos de apartamentos para serem adaptados a residências de estudantes. O projecto não conseguiu obter financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pelo que o protocolo deixou de fazer sentido.
Aquele património já se encontrava em bastante mau estado quando o município ficou na posse do bloco residencial em 2011, cinco anos depois da EPC ter sido transferida para Abrantes. Ao longo destes anos de abandono, as antigas casas dos oficiais foram palco de episódios menos dignificantes e são um retrato de degradação num dos acesso mais concorridos ao planalto citadino. Quando os edifícios ainda eram propriedade do Ministério da Defesa foram alvo de devassa e vandalismo. Para guardar as casas, a câmara no tempo em que Moita Flores era presidente, decidiu colocar cães do canil municipal dentro dos blocos, o que provocou também alguns estragos. Os animais foram retirados quando O MIRANTE noticiou o caso. Mais tarde, uma empresa de construção que habitualmente trabalhava para a câmara chegou a usar os apartamentos para guardar equipamentos à revelia da autarquia. Entretanto, os pombos tornaram-se os ocupantes mais frequentes das casas.