Benavente recorre a apoio técnico por causa da poluição na Vala Nova
Presidente da Câmara de Benavente não vai esperar pelas decisões da Agência Portuguesa do Ambiente e vai contratar uma empresa por causa da poluição na Vala Nova. A Sugal não aceita responsabilidade na poluição do rio.
A Câmara Municipal de Benavente não vai esperar pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e vai contratar uma empresa especializada para que possa averigiar tecnicamente o que aconteceu na Vala Nova, em Benavente, e o que levou à poluição do curso de água. A autarquia não tem técnicos habilitados para se pronunciarem sobre a matéria e por isso vai recorrer a uma empresa externa.
De acordo com o presidente do município de Benavente, Carlos Coutinho, a empresa de transformação de tomate Sugal não aceita que a responsabilidade da poluição na Vala Nova seja atribuída às descargas decorrentes da sua actividade. Recorde-se que, tal como O MIRANTE avançou, a APA detectou nas análises feitas à água que alguns dos parâmetros não estavam conformes e por isso levantou um auto de notícia à Sugal. A empresa também já tinha explicado que uma série de factores, como a seca extrema, podem ter contribuído para a poluição que se verificou desde 10 de Agosto e que por isso o incidente não lhe pode ser directamente atribuído.
Carlos Coutinho, acompanhado pelo executivo, visitou as instalações da Sugal e acompanhou o processo de produção e funcionamento da estação de tratamento. Existem dois tanques de grandes dimensões que fazem um pré-tratamento do tomate para os efluentes e outro que depois trata da matéria-prima. Diz o autarca que na altura a água que estava a ser debitada estava límpida e sem problemas.
“Reunimos com o conselho de administração da empresa e transmitimos que uma indústria agro-alimentar como a Sugal merece todo o apreço pela importância que tem no concelho e no país, isso é inegável. Mas não invalida que se alguma coisa não corre bem cada um assume as suas responsabilidades. Devemos acautelar o futuro para que não se voltem a verificar situações desta natureza”, afirmou o autarca. Carlos Coutinho diz que não sabe o que a APA vai fazer mas que possivelmente, e após a fase de notificação à empresa, deverá solicitar a imposição de medidas e aplicar um processo de contra-ordenação.