Sociedade | 16-10-2023 10:00

Arquivo da Chamusca vai custar 1,5 milhões que vão ser pagos na totalidade pelo município

Arquivo da Chamusca vai custar 1,5 milhões que vão ser pagos na totalidade pelo município
Paulo Queimado ainda não agendou a visita ao espaço prometida aos eleitos da assembleia municipal

A construção do novo arquivo histórico e municipal da Chamusca já foi adjudicada a uma empresa por um valor a rondar os 1,5 milhões de euros. A obra que levou a PJ ao edifício da câmara vai custar mais meio milhão de euros face ao inicialmente previsto e vai ser paga na totalidade pela autarquia.

A Câmara Municipal da Chamusca entregou, a 20 de Setembro deste ano, a construção do novo arquivo histórico e municipal à empresa Joaquim Fernandes Marques & Filho, localizada em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra. A obra, que terá levado a Polícia Judiciária ao edifício da câmara para recolher informações, vai ser paga na totalidade pela autarquia, num investimento estimado em cerca de 1,5 milhões de euros, mais meio milhão do que estava inicialmente previsto. Recorde-se que o projecto não tem financiamento europeu e o primeiro concurso público para a realização da empreitada, lançado em Abril de 2021, não teve empresas interessadas. Desta vez, e depois dos preços revistos, estiveram a concurso oito empresas de vários concelhos do país.
Entretanto passaram-se cerca de dois anos e meio e, só agora, há fumo branco no que diz respeito a um projecto milionário que tem feito correr muita tinta no concelho da Chamusca e que a maioria socialista teima em “esconder” da oposição. Um bom exemplo disso é o facto dos autarcas da assembleia municipal estarem há meses à espera de uma visita ao espaço, prometida e várias vezes debatida em reuniões políticas, que teima em não ser realizada, não existindo, ao que O MIRANTE apurou, nenhuma justificação oportuna. Outro exemplo que demonstra a vontade do executivo de maioria socialista, presidido por Paulo Queimado, em falar o menos possível do projecto, foi ter demorado meses a enviar aos vereadores da oposição os documentos e plantas depois da aprovação do projecto, situação que motivou muitas queixas por parte da vereadora Gisela Matias (CDU).
A polémica à volta da construção do novo arquivo da Chamusca atingiu o seu ponto mais alto depois de ter sido tornado público que um dos edifícios, antigo e degradado, onde vai ficar o arquivo, ter sido comprado, por 80 mil euros, ao ex-vereador socialista Manuel Romão, uma decisão polémica e que causou grande surpresa no meio chamusquense. Curiosamente, o anúncio da compra do prédio ao vereador foi feito precisamente na reunião de câmara em que Manuel Romão participou pela primeira vez em regime de substituição do vereador Rui Ferreira, por este se encontrar de férias.
O programa de concurso publicado em Diário da República descreve o Arquivo Municipal da Chamusca como tendo “características museológicas, o qual contém salas de trabalho e de tratamento de peças para exposição ou para o arquivo, que fará cumprir as exigências impostas para imóveis com estas características permitindo assim que este desempenhe eficazmente as suas funções e se assuma, localmente, como uma referência, apostando na qualidade estética, ambiental e funcional”.

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