Governo ignora Alverca para voos executivos mas autarca de VFX promete luta
Vila Franca de Xira acredita que com a sobrelotação do aeródromo de Tires será inevitável que os voos executivos venham a ter de aterrar em Alverca. A O MIRANTE o presidente do município promete que vai manter luta junto do Governo para que isso aconteça.
O Governo ignorou este mês a pista de Alverca na hora de desviar os voos executivos da Portela mas a Câmara de Vila Franca de Xira não tem dúvidas que a longo prazo a solução ribatejana estará inevitavelmente em cima da mesa. O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, promete a O MIRANTE que vai à luta junto do Governo para que Alverca seja o berço de todos os voos executivos da região de Lisboa ao invés do Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires, para onde o Governo quer agora desviar todos os voos executivos com destino à Portela.
“Do que sei, a decisão do Governo é temporária para aliviar a Portela enquanto não existe outro aeroporto. Mas acredito que a médio e longo prazo a situação será potencializar esses voos executivos para Alverca devido à sobrelotação de Tires e isso será inevitável na decisão final”, defende.
A Comissão Técnica Independente (CTI) que está a analisar onde se construir o novo aeroporto, recorde-se, recomendou ao Governo no final de Setembro que faça obras na Portela para que esta aguente mais uma década e que entretanto desvie os voos de carga para Beja juntamente com os voos “charter” (fora de padrão e horários) e encaminhe para Tires os voos executivos. Com base nessa recomendação da CTI o Governo deu seis meses para um grupo de trabalho estudar a transferência dos voos executivos de Lisboa para Cascais ignorando totalmente as potencialidades da pista de Alverca para estes serviços.
De acordo com o despacho, o grupo de trabalho tem como missão avaliar as condições técnicas e regulamentares que possibilitem a futura deslocação da aviação executiva do Aeroporto Humberto Delgado para o aeródromo de Cascais e as medidas e meios necessários para concretizar esse plano. O grupo de trabalho integra membros do Ministério das Infraestruturas, Câmara de Cascais, Autoridade Nacional de Aviação Civil e da NAV-Navegação Aérea.
Piscar o olho à manutenção TAP
Há vários anos que o executivo da Câmara de VFX defende que a pista de Alverca seja usada apenas para voos executivos e não como aeroporto complementar à Portela. Perante este revés, Fernando Paulo Ferreira mantém a ideia de que o cluster aeronáutico de Alverca não está posto em causa. “Acreditamos que a potencialidade de Alverca para receber voos executivos mantém-se. E terá essas condições para os receber independentemente das decisões que forem tomadas agora”, afirma o autarca, que pisca o olho ao aumento da capacidade de manutenção de aviões na cidade. “Incluindo a mudança da manutenção da TAP para Alverca”, defende.
Fernando Paulo Ferreira acredita que enquanto as oficinas da OGMA estiverem na cidade a sua actividade gera emprego, investimento e dinamiza a economia local em torno da aviação. “Além disso, o depósito de material aeronáutico tem potencialidades para ser utilizado na área da investigação da aeronáutica”, nota.
Já sobre o projecto para um aeroporto complementar em Alverca a convicção do autarca não mudou e mantém-se frontalmente contra. “A hipótese de um aeroporto em Alverca como foi apresentado não corresponde aos nossos interesses e das populações porque os problemas ambientais que se colocam em Alcochete ou os problemas de proximidade às populações que se colocam hoje relativamente à Portela se aplicavam na totalidade na opção Alverca. Isso nunca quisemos”, conclui.