Sociedade | 25-11-2023 12:00

Falar de emoções ainda deixa homens desconfortáveis

Falar de emoções ainda deixa homens desconfortáveis
Bruno Peixoto, Paulo Silva e José Manuel Franco falaram com O MIRANTE a propósito do Dia Internacional do Homem, que se assinala a 19 de Novembro

Para assinalar o Dia Internacional do Homem, que se comemora a 19 de Novembro, O MIRANTE foi para as ruas do centro histórico de Santarém falar com homens sobre boas estratégias de comunicação, sentimentos, entre outras emoções.

Bruno Peixoto, 27 anos, designer de produto, residente em Santarém, é da opinião de que ainda existe um estigma nos homens em falar sobre questões mais emocionais. A ideia de homem forte, que não mostra a parte fraca, consequência de uma mentalidade fechada, é um dos factores que levam, na perspectiva de Bruno Peixoto, a essa inibição, que vai limitar a comunicação com os outros. Na sua opinião, os problemas do quotidiano, nos homens e nas mulheres, devem ser encarados com naturalidade e, caso exista essa necessidade, partilhados com as pessoas de confiança para serem resolvidos. A O MIRANTE diz que o seu pai é a sua grande referência e o modelo masculino que lhe serve de exemplo para encarar o dia-a-dia e os desafios que tem pela frente.
Paulo Silva, 32 anos, é engenheiro de qualidade e considera que um dos desafios do homem é conseguir ter uma comunicação aberta. Por exemplo, um bom diálogo entre pais e filhos representa, para si, um passo importante para a formação intelectual e humana das pessoas, afirma. A categorização da sociedade, na sua opinião, levanta barreiras que criam fragmentações e poluem as mentalidades tornando-as fechadas. Sentir empatia na relação com os outros é, para Paulo Silva, o grande segredo para uma vida plena.
José Manuel Franco, 68 anos, é reformado e diz que a existência de modelos de homem nos dias de hoje é vista de forma diferente em relação ao antigamente. “Já não existem aquelas figuras masculinas cujos jovens queriam seguir. Cada vez mais é a família que tem um papel determinante na formação de carácter das pessoas”, afirma. José Manuel Franco não tem dúvidas de que é importante, para ter uma sociedade actual e desenvolvida, não esquecer o passado e as raízes e dar valor às gerações mais velhas e aos valores fundamentais como o da família.

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