Novo tribunal de VFX continua à espera de projecto
Município de Vila Franca de Xira aprovou alteração orçamental onde consta uma rubrica de 41.525 euros para acabar de pagar projecto do novo tribunal da cidade que, afinal, ainda não está totalmente pronto. Há seis anos que o assunto se arrasta.
A ministra da Justiça, em visita ao degradado Palácio da Justiça de Vila Franca de Xira, em Outubro de 2023, prometeu que o concurso para a obra do novo tribunal da cidade avançava até final desse ano mas afinal o projecto ainda nem sequer está fechado. “O projecto está concluído mas ainda falta receber os últimos pareceres externos. Acreditamos que até final de Janeiro estará fechado em absoluto o novo projecto para o tribunal”, informou Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira. A autarquia ficou responsável por encomendar a realização do projecto quando, há seis anos, rubricou um protocolo de cooperação com o Ministério da Justiça para construir o novo tribunal da cidade.
O assunto veio a lume na última reunião de câmara durante a aprovação de uma alteração orçamental onde constava uma verba de 41.525 euros destinada a acabar de pagar o projecto. Uma situação que mereceu críticas de Ana Afonso, vereadora da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), que lamentou o arrastar do processo e de promessas não cumpridas por parte do ministério.
Em Outubro do ano passado a ministra, Catarina Sarmento e Castro, reconheceu as más condições do actual Tribunal de Vila Franca de Xira, e anunciou novidades para breve. “Já havia um protocolo assinado há cinco anos com a câmara municipal e é preciso honrá-lo. Já temos neste momento o projecto de arquitectura e da especialidade e, com base no projecto, vamos lançar no fim do ano o concurso para a obra”, prometia a governante, o que não aconteceu. Ratos, infiltrações, atendimento num vão de escada e funcionários a trabalhar em contentores há 14 anos foram algumas das queixas com que a governante se deparou. O Tribunal de Vila Franca de Xira, recorde-se, é considerado um dos três piores do país pelo Conselho Superior da Magistratura.
Obra de 12 milhões
O projecto prevê um edifício com uma área total de 7.500 metros quadrados (m2), com quatro pisos, num investimento na casa dos 12 milhões e 300 mil euros. Terá a maior sala de audiências do país, com cerca de 250 m2, a que se juntam outras nove, bem como quatro celas, quatro dezenas de gabinetes de trabalho e diversas valências para o bom funcionamento do equipamento, onde deverão passar a funcionar os tribunais cível, do comércio e do trabalho.
No antigo Palácio da Justiça deverão permanecer os juízos criminais após obras de reabilitação e remoção dos contentores.
“Temos dois contentores que eram para ficar dois anos e estão cá há 13. Há falta de funcionários e muitas promessas. Nas nossas secções as instalações têm cabos de rede e de electricidade com fios descarnados, ratos, pombos, tábuas a cair e fitas de obras. Só com muita carolice e boa vontade dos colegas é que continuamos a trabalhar aqui”, lamentava a O MIRANTE Susana de Jesus, escrivã auxiliar daquele tribunal, aquando da visita da ministra.