No âmbito do controlo da população felina errante, o município de Vila Franca de Xira implementou, em 2015, o projecto CED (Captura, Esterilização e Devolução), que assegurou o crescimento do número de colónias felinas sinalizadas. Se no início do projecto os números de colónias sinalizadas não chegavam às duas dezenas, actualmente o município tem mais de três centenas a serem acompanhadas. As informações foram partilhadas durante uma conferência sobre gestão de colónias felinas, que se realizou na Biblioteca Municipal Fábrica das Palavras, a 24 de Maio.
O projecto CED é um método humano e eficaz de controlo de colónias de gatos e de redução das populações felinas silvestres. Os procedimentos envolvem a captura dos gatos, a sua esterilização, um pequeno corte na orelha esquerda para fins de identificação visual dos que já foram esterilizados, identificação electrónica, desparasitação e, por último, a devolução dos animais ao seu território de origem, onde são alimentados e protegidos por um cuidador.
O MIRANTE assistiu à conferência onde marcaram presença forças de segurança, médicos veterinários, cuidadores e representantes de vários municípios do distrito de Lisboa. Ana Leonardo, veterinária da Câmara de Vila Franca de Xira, abordou o papel do município na gestão do projecto CED. Sublinhou que a implementação do projecto é um processo longo e demorado, com diversos passos que têm ajudado ao seu sucesso. Afirmou também que o grande objectivo é garantir a coexistência pacífica e saudável entre pessoas e animais.
A conferência contou com a moderação de Manuela Ralha, vereadora do município. Conclui-se que a gestão de colónias felinas é um tema importante, pois a existência de grupos de gatos não esterilizados em zonas não sinalizadas põe em causa não só o bem-estar dos animais, mas também o bem-estar das pessoas que lá vivem. “As colónias felinas estão na origem de muitas queixas e conflitos entre vizinhos. Estas queixas são apresentadas quer aos municípios, quer junto das forças de segurança. O não controlo dos grupos pode trazer problemas relacionados com saúde pública, focos de insalubridade, ruídos, odores e até provocar danos materiais”, referiu um dos participantes.
Os oradores pediram para toda a comunidade se envolver na sinalização de colónias felinas, entrando em contacto com os municípios caso tenham conhecimento da existência de alguma. A conferência resultou de uma parceria entre a Câmara de Vila Franca de Xira e o Observatório Nacional para a Defesa dos Animais e Interesses Difusos que, em Dezembro de 2020, publicou o Manual de Gestão de Colónias Felinas.