Sociedade | 18-02-2022 15:00

Abastecimento de meios aéreos para combater fogos não está comprometido em Castelo do Bode

Águas da barragem de Castelo do Bode são cruciais para o abastecimento à comunidade e ao combate aos incêndios

Comissão Distrital de Protecção Civil e algumas entidades reuniram com a Agência Portuguesa do Ambiente para falar sobre medidas para reduzir o impacto da escassez de água na albufeira de Castelo do Bode e quais os meios necessários para combater os incêndios.

A Comissão Distrital da Protecção Civil de Santarém, a Águas de Portugal/EPAL e a EDP reuniram com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) por causa da situação de seca e para preparar a próxima época de incêndios. A conferência decorreu na segunda-feira, 14 de Fevereiro, e não teve grandes novidades para além das que já vinham sendo estudadas.
Anabela Freitas, presidente da comissão distrital, cargo que acumula com a presidência da Câmara de Tomar e da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, explicou a O MIRANTE que na reunião também se decidiu avançar, a partir de 9 de Março, com o lançamento de uma campanha de sensibilização para o uso da água de forma a atenuar os efeitos da sua escassez. A autarca confirmou que os municípios abrangidos pela albufeira vão associar-se à iniciativa.
A autarca referiu que a comissão distrital solicitou a reunião à APA para saber como estão os níveis de armazenamento de água na barragem de Castelo do Bode e analisar, não só a questão da seca, como também outras relacionadas com o ordenamento do território. A autarca sublinhou que as linhas vermelhas nas cotas para consumo humano, assim como as dos caudais ecológicos, reuniram consenso. A suspensão da produção de electricidade em Castelo do Bode também é para manter, acrescentou, sem que seja necessário pagar indemnização à EDP, empresa concessionária da barragem.
Um dos objectivos da conferência era também aferir os locais onde os meios aéreos pesados podem abastecer na albufeira para combater os incêndios florestais. “Precisamos de garantir que os locais sinalizados pela Protecção Civil como de abastecimento de água para meios aéreos pesados continuam a reunir condições. A APA mostrou-se sensível e vai articular com a Protecção Civil a avaliação dos pontos de ‘scooping’ para realizar o abastecimento”, disse, acrescentando que há necessidade de preparar com antecedência a época de incêndios sobretudo num ano em que o país está a viver seca severa.

PAINÉIS SOLARES NÃO VÃO INTERFERIR COM TURISMO
Anabela Freitas afirmou ainda estar a acompanhar as declarações do Ministério do Ambiente sobre eventuais impactos do encerramento da unidade a carvão da Central do Pego, em Novembro de 2021, sublinhando que não há relação directa com a produção hidroeléctrica em Castelo do Bode.
Sobre o leilão para instalação de painéis fotovoltaicos flutuantes na albufeira, Anabela Freitas afirmou que, consoante a tecnologia usada, o eventual investidor, que terá de apresentar o respectivo estudo de impacto ambiental, poderá ocupar até 60 hectares, sendo que os espaços validados pela APA se situam em braços de rio para “não colidir” com a utilização de recreio e turismo, nem com o abastecimento para os meios aéreos.
A albufeira de Castelo do Bode, com uma área total de 3.291 hectares, além de ser a maior massa de água para abastecimento para consumo humano, também é importante para questões da Protecção Civil e para a dinâmica económica dos concelhos que abrange: Tomar, Abrantes, Sardoal, Ferreira do Zêzere, Sertã, Figueiró dos Vinhos e Vila de Rei.

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