Sociedade | 05-07-2022 12:00

Agricultores das Caneiras com prejuízos devido ao mau estado das estradas

Mais de duas dezenas de empresários do sector agrícola queixam-se do mau estado das estradas de campo na zona das Caneiras, em Santarém

Mais de duas dezenas de empresários do sector agrícola queixam-se que o mau estado das estradas de campo na zona das Caneiras, em Santarém, têm causado prejuízos de milhares de euros nas culturas e em reparação de veículos. Agricultores sentem-se “desprezados” e pedem obras, que estão prometidas para Julho.

Os acessos às propriedades de mais de duas dezenas de agricultores com terrenos nas Caneiras, aldeia ribeirinha nos arredores de Santarém, estão em mau estado e têm causado prejuízos de milhares de euros nas culturas e em reparações de veículos. Ao longo do percurso que liga a aldeia avieira à ponte do Vale de Santarém, com cerca de três quilómetros em estrada de terra batida, é quase impossível circular sem andar aos solavancos; a velocidade tem de ser obrigatoriamente inferior a 10 Km/h, caso contrário, o mais certo é o veículo ficar condenado. Para além disso, o pó que é levantado pela passagem dos camiões que seguem em direcção ao areeiro estragam culturas todos os anos, nomeadamente de tomate e milho, mas também prejudicam a vindima uma vez que o pó asfixia a planta que dá a uva.
Vera Alagoa é uma empresária que explora cerca de uma centena de hectares de tomate e não esconde a indignação por não se resolver uma situação que dura há vários anos. A agricultora diz que já foram realizados vários contactos com o município de Santarém para, pelo menos, procederem à manutenção das estradas, mas até agora ainda nada foi feito. Vera Alagoa conta a O MIRANTE que todos os anos, depois da campanha, tem que colocar os seus tractores e carrinhas no mecânico para substituir os amortecedores, suspensões e outras peças que ficam partidas devido ao mau estado do piso. A empresária diz que os acessos só não estão piores porque os camionistas que trabalham na empresa que explora o areeiro vão colocando brita e molhando a terra.
Joaquim Travessa, proprietário de cerca de 14 hectares de vinha, diz que não há tractor que resista às crateras na terra e que já perdeu a conta ao investimento realizado na manutenção das suas viaturas. Mário Leal, com quem O MIRANTE também conversou, sofre do mesmo problema. Ambos admitem sentirem-se “revoltados e desprezados” pela autarquia, que não ajuda os pequenos empresários a terem condições adequadas para realizarem o seu trabalho. Referem que em concelhos vizinhos, como é o caso de Almeirim, as estradas do campo estão em boas condições, algumas até já estão alcatroadas. “Sai muita comida destas terras para alimentar a população do concelho de Santarém. O mínimo que podemos pedir é que nos ajudem a ter condições para trabalhar porque desta forma estamos a pagar para trabalhar”, lamentam.

Obras prometidas para Julho
A manutenção dos caminhos vicinais na zona das Caneiras é da responsabilidade da União de Freguesias da Cidade de Santarém e o presidente da junta, Diamantino Duarte, disse a O MIRANTE que prevê obras nessa rede viária durante este mês de Julho. O autarca diz que estão a ser ultimados os procedimentos para o empreiteiro poder intervir e arranjar o piso dessas artérias.
O MIRANTE contactou também o vereador da Câmara de Santarém com o pelouro do Trânsito, Diogo Gomes, que disse que a autarquia tem recebido queixas devido ao encerramento, por motivos de segurança, da passagem de nível do Peso. Acrescentou que relativamente a essa passagem de nível, a Infraestruturas de Portugal tem um projecto de passagem desnivelada para o local – cujo estudo prévio foi enviado à Câmara de Santarém e obteve a respectiva concordância.

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