Sociedade | 04-10-2022 14:59

Aldeias de Torres Novas sem transportes públicos

Presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, não se compromete, para já, em avançar com a gratuitidade nos transportes públicos na cidade

Oposição ao executivo de maioria socialista em Torres Novas quer que população deixe de pagar os TUT, mas o presidente da câmara não se compromete, embora diga que “há vontade” de adoptar a medida.

A Câmara Municipal de Torres Novas não se compromete, para já, em avançar com a gratuitidade nos transportes públicos da cidade. O Bloco de Esquerda, através do seu eleito, Roberto Barata, lembrou na última assembleia municipal que a mesma aprovou, por unanimidade, uma proposta do partido de recomendação para a gratituidade dos TUT (Transportes Urbanos Torrejanos). “Nas vésperas da discussão do orçamento municipal de 2023 importa perguntar, com tempo, como está esta situação e se a câmara municipal terá em conta esta recomendação”, questionou o autarca.
No entanto, um dos momentos mais marcantes da sessão foi quando o socialista Júlio Clérigo interveio afirmando que a gratuitidade nos TUT será bem-vinda, mas apenas depois de serem resolvidos os problemas com os transportes nas aldeias do concelho. O presidente da União de Freguesias de Torres Novas (São Pedro, Lapas e Ribeira Branca) clama por justiça social uma vez que nenhuma aldeia possui neste momento transporte, “nem a pagar”. “Não é justo que quem more na cidade tenha um transporte gratuito e quem more numa aldeia nem sequer tenha transporte, mesmo a pagar. Todas as aldeias do nosso concelho têm este problema”, considerou Júlio Clérigo, finalizando: “Terei mais direitos por viver na cidade do que os munícipes que vivem nas aldeias?”, questionou.
Pedro Ferreira, presidente da autarquia, explicou que se está a realizar um estudo antes do lançamento do orçamento sublinhando que não pode adiantar o que vai acontecer em relação à gratuitidade dos transportes públicos, embora admita que é pouco provável que a medida avance. “Esta á pior altura para o fazer. Só em revisão de preços, a Câmara de Torres Novas irá gastar mais de um milhão de euros do que o previsto no início do orçamento. Uma coisa é o desejo, corresponder a uma coisa tão boa como esta, o transporte público gratuito, outra coisa é o equilíbrio das contas. Mas vontade há, estamos a analisar, falaremos com os partidos na altura própria e vamos ver o que é que é possível fazer em relação ao orçamento de 2023”, referiu.
Pedro Ferreira fez ainda referência ao contrato de 36,5 milhões de euros firmado recentemente entre a Comunidade Intermunicipal e a Rodoviária do Tejo: “A Comunidade Intermunicipal quer assumir a gestão dos transportes na região. Tudo isto tem de ser cruzado e as contas têm de ser bem feitas”, vincou.
Recorde-se que a autarquia aprovou em Março a gratuitidade do passe para os antigos combatentes, mas para o Movimento P’la Nossa Terra e para o PSD a medida não foi suficiente. As duas forças políticas exigiram na altura a gratuitidade geral dos transportes a toda a população torrejana, pelo menos à terça-feira, dia de mercado municipal.

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