Sociedade | 23-01-2022 07:00

Anacom aponta falhas na rede de comunicações em Coruche e avisa operadoras

Anacom aponta falhas na rede de comunicações em Coruche e avisa operadoras

Em cinco localidades do concelho não existe mesmo qualquer cobertura disponibilizada pelos operadores móveis, segundo a avaliação feita pela Autoridade Nacional de Comunicações a pedido do município..

A cobertura radioeléctrica dos sistemas de comunicações móveis dos operadores MEO, NOS e Vodafone no concelho de Coruche é “inexistente”, “muito má” ou “má” em 11% dos valores registados num estudo realizado pelo regulador. O estudo realizado pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), em quatro dias de Novembro de 2021, foi pedido pelo município de Coruche, por “existirem problemas nas comunicações móveis, nomeadamente na deficiente cobertura disponibilizada pelos operadores móveis em chamadas de voz e no acesso à internet móvel”.
O relatório entregue recentemente ao município liderado por Francisco Oliveira afirma que os dispositivos móveis, com cartões SIM de todos os operadores, indicaram existência de sinal de rede na maioria do percurso de medições realizado, havendo, contudo, “freguesias/localidades onde um ou mais operadores não asseguram, de todo, qualquer cobertura, ou, assegurando, os seus níveis não permitem que possam ser classificados com qualidade superior a “Muito Má / Má”. Em cinco localidades – Brejoeira e Carapuções (freguesia de Santana do Mato), Malhada Alta (Coruche), Feixe (Couço) e Buinheira (S. José da Lamarosa) – não existe mesmo qualquer cobertura.

Roaming nacional é a solução

O presidente da Anacom, João Cadete de Matos, apontou o roaming nacional como uma das principais soluções para as falhas de cobertura de rede móvel. É uma solução que passa pela utilização do sinal das outras operadoras quando a do utilizador não tem cobertura em determinado local, à semelhança do que acontece quando se sai do país. “Um cidadão estrangeiro consegue ter melhor cobertura do que quem cá vive”, afirmou deixando o aviso que ou as operadoras chegam a um entendimento para partilha das antenas ou têm que investir em mais equipamentos para providenciar o serviço.
Dos 306 testes à velocidade de ligação à Internet realizados, 27% não puderam ser concluídos “devido a falta ou fraco sinal de rede ou tecnologia de baixo débito binário”, havendo uma grande variação dos valores de velocidade média de transferência de dados nas várias operadoras. Os testes realizados “indicam claramente que este serviço é fraco, com muitos testes negativos e baixas velocidades de transferência de dados”, acrescenta o estudo.
Globalmente, cerca de 16% das tentativas de chamada não foram concretizadas, sendo que duas das operadoras, “apesar de terem apresentado sinal em quase todo o percurso, tiveram o pior desempenho no serviço de voz, tendo falhas, expectáveis, nos locais de má cobertura, mas também em locais onde o sinal é bom ou aceitável”, refere a Anacom.

Município sem meios para investir em todo o concelho

O relatório de qualidade de serviço das redes móveis MEO, NOS e Vodafone no concelho de Coruche foi apresentado no Auditório do Museu Municipal. A vice-presidente do município, Fátima Galhardo, diz que o município não tem capacidade financeira para investir numa rede de fibra óptica que ligue todas as freguesias do concelho, deixando como exemplo dos custos elevados que estas infra-estruturas têm os 50 mil euros investidos na ligação da rede de fibra óptica do parque empresarial. Salientou ainda que o município vai estar atento a todos os programas de fundos comunitários que permitam colmatar as falhas de comunicações que há no concelho.

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