Edição Semanal. Árvores centenárias abatidas nas Abitureiras para prevenir males maiores
Câmara de Santarém procedeu ao abate tendo em conta o risco de rotura que as mesmas apresentavam devido a lesões e podridões.
Foram mais de cem anos de vida mas a idade não perdoa, mesmo a árvores cuja longevidade é relativamente normal. Seis exemplares da espécie “celtis australis”, vulgarmente conhecidas por lódão-bastardo ou agreira, foram abatidos na semana passada na aldeia de Abitureiras, em Santarém, por apresentarem risco de colapso e colocarem em causa a segurança de pessoas e bens. Em sua memória ficou uma placa comemorativa do centenário das árvores da Rua Furriel Victor Pestana, plantadas simbolicamente em 1914 pelos petizes Violenta Esteves Leitão e António Madeira Luís, filhos do professor da escola da aldeia e do presidente da junta à época, respectivamente.
O abate das emblemáticas árvores mexeu com a população e o cidadão Luís Duarte fez-nos chegar o seu lamento e alerta. O MIRANTE contactou o vereador da Câmara de Santarém, Nuno Russo, responsável pelo pelouro dos Espaços Verdes e Espaço Público, que justificou a medida radical com o mau estado desses exemplares.
“Foi apresentada proposta de abate das árvores, em resultado da sua avaliação, a qual se fundamenta sobretudo por razões de segurança, atendendo ao risco de rotura que as mesmas apresentavam devido a lesões e podridões com cavidades de dimensão significativa, existentes nos troncos e colo das árvores, e que comprometiam a sua estabilidade”, diz Nuno Russo em resposta por escrito às questões colocadas por O MIRANTE.
O vereador reforça que a acção visou “dar resolução urgente a uma situação que, segundo a junta de freguesia, poderia vir a ter consequências graves”. Nuno Russo acrescentou que, neste momento, não há mais operações do género nas freguesias rurais do concelho de Santarém, embora existam situações de acompanhamento e gestão corrente na zona urbana da cidade de Santarém.
Quanto a uma eventual plantação de novas árvores na zona de Abitureiras onde as árvores foram abatidas, Nuno Russo explica que as operações de reposição de plantas e árvores são realizadas pelas juntas de freguesia, ao abrigo da transferência de competências contratualizada entre o município e as freguesias, ao nível da gestão e manutenção dos espaços verdes. Uma informação que a presidente da junta diz não corresponder à verdade, alegando que está escrito no relatório enviado pela câmara, que a mesma se responsabiliza pelo abate, limpeza e reposição das mesmas.