Aterro de Azambuja fechou temporariamente na semana em que ia ser fiscalizado
Câmara de Azambuja avisou que ia levar a cabo uma acção de fiscalização ao aterro. Presidente do município, refere que quando chegaram ao local, já estava encerrado.
O aterro de resíduos industriais não perigosos de Azambuja, gerido pela Triaza, suspendeu provisoriamente a sua actividade na semana em que ia receber uma acção de fiscalização, com aviso prévio, da Câmara de Azambuja.
O presidente do município, Silvino Lúcio, refere a O MIRANTE que a autarquia recebeu, por email, uma comunicação da Triaza a informar que o aterro se encontrava encerrado no decorrer desta semana, já depois de os técnicos municipais se terem deslocado ao local para levar a cabo a vistoria.
A fiscalização deveria ter acontecido na quarta-feira, 23 de Fevereiro e tinha como um dos objectivos verificar as condições do aterro em termos de altimetria dos resíduos que estão depositados na única célula existente.
No papel afixado junto à entrada principal do aterro, lê-se apenas, que a actividade está temporariamente suspensa e que “para soluções alternativas de tratamentos de resíduos” deve ser contactada a Câmara de Azambuja. O MIRANTE questionou a Triaza sobre os motivos que levaram ao encerramento inesperado, mas não obteve resposta.
Recorde-se que o município esteve durante meses impedido de desenvolver acções de fiscalização ao aterro, devido a uma providência cautelar movida pela empresa de tratamento de resíduos, que tem como accionistas a Suma, Mota-Engil e o grupo espanhol Urbaser, que pretendia anular as decisões de vistorias ao aterro realizadas pelos serviços municipais, por suspeitas de movimentação ilegal de terras e impedir novas fiscalizações.
No decorrer de fiscalizações já encetadas, segundo a Câmara de Azambuja, foram detectadas “várias infracções praticadas pela Triaza” e elaborados os respectivos “processos contra-ordenacionais”, tendo sido ainda reportadas todas as queixas e denúncias às entidades competentes, “os vários incumprimentos da lei da Triaza”.
O aterro, que funciona desde 2017 a menos de 300 metros de habitações, tem sido fortemente contestado pela população por causa dos maus cheiros e presença de insectos e centenas de aves que se alimentam do lixo.