Sociedade | 27-09-2022 19:24

Aumento das tarifas da ETAR de Alcanena irrita industriais dos curtumes 

A Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes avisa que a subida de 60% do valor das tarifas de tratamento de efluentes industriais pode vir a gerar desemprego. A Câmara de Alcanena diz que não tinha alternativa face ao prejuízo que a empresa municipal Aquanena

A subida das tarifas de tratamento de águas residuais na ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais da empresa municipal Aquanena, aprovada pela Assembleia Municipal de Alcanena na segunda-feira, 26 de Setembro, está a gerar tensão entre a indústria dos curtumes e a autarquia. Em causa está o aumento de cerca de 60% dos custos com o saneamento industrial, que pode obrigar os empresários do sector a deslocalizar parte da produção para Itália, Espanha ou Turquia, segundo o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC), Nuno Carvalho. Tarifas “tão elevadas” podem “matar a galinha dos ovos de ouro”, alertou o representante da indústria avisando que pode haver desemprego. 

Nuno Carvalho, que falou no período reservado à intervenção do público, apelou ao adiamento da votação, mas os eleitos municipais decidiram avançar com a votação, tendo a subida dos preços sido aprovada com 14 votos a favor do PSD, 13 abstenções do PS e um contra. O presidente da câmara, Rui Anastácio, justificou que os aumentos são a “única alternativa viável” face ao “aumento brutal” dos custos da Aquanena com a energia e produtos químicos usados no tratamento de águas, garantindo que a empresa municipal está a perder 35 mil euros por semana. O autarca diz também que está fora de questão que sejam os munícipes a pagar o prejuízo. O vereador e administrador da Aquanena, Nuno Silva, justifica que a empresa estava “de mãos e pés atadas” e que os custos energéticos estão muito acima dos 25% que tinha previsto para 2022. 

O buraco nas contas da Aquanena é de tal ordem que este aumento, apesar de essencial para a sobrevivência da empresa, não é uma solução imediata, acrescentou ainda Rui Anastácio. “Mesmo com a revisão das tarifas, a empresa vai estar no vermelho até Março de 2024”, apontou. Admitindo que tem mantido “contacto estreito” com a indústria, o presidente da Câmara comprometeu-se a “fazer pressão” junto do Governo para que sejam criadas “almofadas financeiras” para apoiar o sector.  

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo