Sociedade | 21-06-2022 12:00

Bombeiros de Santarém vivem momentos conturbados

Diamantino Duarte, presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Santarém, diz que a contestação interna se resume a um ou dois elementos

Uma denúncia anónima enviada ao presidente da Câmara de Santarém põe em causa o funcionamento interno e a resposta dos Bombeiros Voluntários de Santarém. Presidente da associação humanitária desmente ou relativiza as queixas dizendo que há elementos que não querem trabalhar nem vestir a camisola de voluntários. Nos bombeiros municipais o mau ambiente continua a arder lentamente e a falta de meios humanos é evidente.

O mau ambiente que se vive há já algum tempo nos Bombeiros Sapadores de Santarém ameaça alastrar ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Santarém, de que é sintoma a denúncia anónima enviada por e-mail ao presidente da câmara – com conhecimento à vereação, ao comandante distrital de operações de socorro e outras entidades – onde se mencionam “algumas lacunas graves” no socorro. Um cenário que o presidente da associação humanitária, contactado por O MIRANTE, relativiza ou desmente.
Em causa está o descontentamento de elementos das Equipas de Intervenção Permanente (EIP), com o autor ou autores da carta anónima a queixarem-se de que têm sido postos a realizar tarefas que não lhes competem, designadamente recolhas de cadáveres, lavagem de fachadas de edifícios ou limpeza de algerozes. Lê-se ainda que têm sido “pressionados” a realizar trabalho suplementar que a associação recusa remunerar, por considerar que deve ser prestado em regime de voluntariado.
O presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Santarém, Diamantino Duarte, diz ter conhecimento dessas denúncias e refere que as mesmas não fazem sentido. O dirigente vinca que os elementos profissionais das EIP estão no quartel para dar resposta às ocorrências que surjam e não apenas para acorrer a incêndios. Acrescenta que o trabalho suplementar que lhes é pedido em regime de voluntariado é o mesmo que é solicitado aos bombeiros voluntários não remunerados. E deixa claro que quem não quiser cumprir serviço voluntário não tem lugar naquela casa.
Como pano de fundo desta contestação, que Diamantino Duarte atribui a um ou dois elementos, está também o acréscimo dos serviços de socorro de emergência pré-hospitalar que os BVS têm assumido nos últimos tempos, desde que a instabilidade interna e falta de pessoal nos bombeiros municipais começou a afectar a resposta da corporação. Na denúncia anónima refere-se que as EIP, que funcionam de segunda a sexta-feira, têm sido escaladas diariamente para as ambulâncias de socorro, e que só duas das 5 ambulâncias dos BVS que fazem serviço de emergência pré-hospitalar cumprem as normas do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), no que toca à formação da tripulação para esse serviço.
Diamantino Duarte garante que o serviço de emergência pré-hospitalar tem sido sempre prestado por pessoal devidamente habilitado e sublinha que com as dificuldades de resposta dos Bombeiros Sapadores houve necessidade de alterar as escalas, devido ao abrupto aumento de serviço, com os Voluntários de Santarém a garantirem praticamente todas as emergências pré-hospitalares.
Para se ter uma ideia, de 4 a 7 de Junho, os Bombeiros Voluntários de Santarém realizaram 67 serviços de emergência pré-hospitalar enquanto os Bombeiros Sapadores de Santarém efectuaram dois. “Estamos cá para fazer as emergências que forem necessárias”, diz Diamantino Duarte, acrescentando que tudo está a ser coordenado com o Comandante Distrital de Operações e Socorro, com o presidente da câmara e com a protecção civil municipal.

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