Um casal de burlões tem atacado na zona serrana da freguesia de Alcanede, concelho de Santarém, e no concelho vizinho de Porto de Mós. Várias pessoas têm reportado situações de tentativa de burla ou mesmo o consumar do acto. As vítimas preferenciais são idosos que vivem sozinhos. O homem distrai as vítimas com questões sobre os certificados de vacinação ou os medicamentos que toma, enquanto a mulher revista a casa em busca de objectos de valor ou quantias em dinheiro.
Os burlões têm actuado nas povoações mais isoladas, que se encontram na zona de fronteira entre os distritos de Santarém e de Leiria. Na localidade de Bairro dos Murtais, freguesia de Alcanede, uma das vítimas, que pediu para não ser identificada, contou a O MIRANTE que, a 2 de Fevereiro, um casal se fez passar por assistentes sociais abordou-a quando se encontrava sozinha em casa.
O homem, de estatura alta, tez negra e bigode, segundo descreve a vítima, pediu-lhe para ver o certificado de vacinação contra a Covid-19, os medicamentos que tomava e foi mantendo uma conversa casual com a vítima. Um ardil para a entreter enquanto a mulher, loira, de estatura média, entrou para o quarto, tendo remexido os pertences da vítima. O casal subtraiu 100 euros em dinheiro, um fio de ouro e várias bijutarias à vítima, que diz não ter apresentado queixa e estar agradecida pelo facto de não lhe terem causado danos físicos. Segundo a vítima, os burlões fazem-se deslocar numa viatura ligeira, de cor preta.
Clara Pereira, residente na Barreirinha, na mesma freguesia, contou a O MIRANTE que as tentativas de burla são frequentes na zona. Em Cabeça Veada, já no concelho vizinho de Porto de Mós, onde reside a mãe, o mesmo casal já tentou duas burlas, tendo consumado uma. Os suspeitos interpelaram uma moradora alegando que iam em representação do novo médico de família da unidade de saúde familiar da zona, tendo a vítima convidado os suspeitos a entrar na habitação. Uma vez lá dentro o modus operandi foi o mesmo, tendo furtado dinheiro, ouro e jóias.

Burlas são frequentes na zona
Esquemas deste tipo já não são novidade da zona. As aldeias com uma taxa significativa de população idosa são o território preferencial destes criminosos. Maria Mendes, residente na Barreirinha, contou a O MIRANTE que há cerca de um ano sofreu uma burla similar. O burlão interpelou-a, apresentando-se como funcionário de um banco, com o propósito de fazer a troca de dinheiro que estaria a sair de circulação. Maria Mendes caiu no embuste e entregou ao criminoso cerca de 400 euros em dinheiro.