Sociedade | 22-09-2022 15:00

Conceição Sousa foi morta à facada pelo marido em Alhandra

Conceição Sousa deixa dois filhos, um em comum com o suposto homicida. foto DR

Conceição Agostinho Sousa tinha 43 anos e dois filhos. Foi morta em casa com um golpe profundo no pescoço, desferido pelo homem com quem vivia . Criança, de dois anos, estava na habitação no momento do crime.

Conceição Agostinho Sousa, de 43 anos, estava em casa com a filha de dois anos e uma amiga quando o seu companheiro entrou no apartamento, no Bairro da Chabital, em Alhandra, perto da 01h00 de sábado, 17 de Setembro. Yuri Pires, de 35 anos, fazia-se acompanhar de outros dois homens. Iniciou-se uma discussão entre o casal, sobre a infidelidade do marido, e os dois homens abandonaram rapidamente o local. Conceição acabou morta, degolada com um golpe profundo no pescoço, feito por uma faca de cozinha e outros ferimentos em várias partes do corpo.
Chamados ao local cerca da 01h30 os bombeiros tentaram reanimar a vítima, mas sem sucesso. O óbito foi declarado no local pela equipa médica da VMER e o corpo transportado para o Hospital de Vila Franca de Xira para autópsia. O presumível autor do homicídio acabou interceptado no bairro pela GNR. Detido pela Polícia Judiciária foi presente a tribunal no mesmo dia, onde lhe foi aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.
A vizinhança fala numa situação familiar difícil, onde as discussões eram constantes e desconfia-se que Conceição Sousa fosse vítima de violência doméstica. Questionada por O MIRANTE a GNR diz não ter registo de denúncias apresentadas. Yuri Pires, com quem Conceição mantinha uma relação há mais de quatro anos, é operário da construção civil e estava, actualmente, desempregado.
Casado desde 2019 o casal vivia naquele bairro há cerca de quatro anos. A vítima, natural de Luanda, tinha um filho, de 20 anos, de um relacionamento anterior e uma filha de dois anos em comum com Yuri Pires. A menina estaria a dormir quando a mãe foi morta na casa onde viviam. A filha da vítima foi sinalizada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) e o caso transitou para o Ministério Público para que a família possa, se assim o entender, requerer a guarda da menor. Sabe-se ainda que o filho mais velho de Conceição manifestou interesse em cuidar da irmã mais nova, na casa onde residiam e que era propriedade da sua mãe.

16 mulheres assassinadas em seis meses

Foram mortas 16 mulheres e uma criança, em contexto de violência doméstica no primeiro semestre de 2022. Os dados são do portal da violência doméstica da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, que ressalva que os dados sobre homicídios dizem respeito à criminalidade investigada pela Polícia Judiciária, pelo que “são provisórios até ao registo do trânsito em julgado das respectivas decisões” em tribunal, estando “sujeitos a modificações decorrentes, nomeadamente, da alteração da qualificação do crime”.
De acordo com o portal, em igual período de tempo foram apresentadas à PSP e GNR 14.363 queixas, o que corresponde a mais de metade das participações feitas em 2021, que totalizou 26.511. Só nos últimos três meses do ano foram realizados transportes de 458 vítimas, 3.968 pessoas recorreram à teleassistência no âmbito do crime de violência doméstica e foram aplicadas 971 medidas de coacção no âmbito do mesmo crime.

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