Edição Semanal. Condução em contramão faz vítimas na A1 em Alverca
No dia 12 de Maio um homem fez inversão de marcha nas portagens de Alverca e seguiu vários quilómetros em contramão na A1 até embater mortalmente com uma viatura que seguia na faixa da direita. Sete dias depois outro automobilista fez o mesmo e lançou na memória outros casos que têm acontecido na região. GNR diz estar atenta ao fenómeno.
Continuam a ser investigados pelas autoridades os motivos que terão levado um homem de 65 anos, de Lisboa, a fazer inversão de marcha nas portagens de Alverca da Auto-Estrada do Norte (A1) no dia 12 de Maio e a conduzir vários quilómetros entre Alverca e o Sobralinho em contramão. Faltavam poucos minutos para as 20h00. Apesar dos alertas dos restantes condutores, o homem – que seguia sozinho no carro – não abrandou a marcha, não ligou as luzes do automóvel nem fez qualquer esforço para se encostar à direita. Veio a morrer de forma violenta no embate frontal que se seguiu com uma condutora de 30 anos, do Porto, que viajava sozinha.
A violência do embate foi de tal ordem que um dos automóveis galgou o separador central e o outro capotou. Desse aparato resultou ainda o despiste de outras duas viaturas e de onde resultaram dois feridos leves de 50 e 33 anos. A situação obrigou a cortar o trânsito na A1 durante mais de quatro horas.
A situação lançou o alerta para vários casos recentes de carros em contramão registados na A1. Os Bombeiros de Vila Franca de Xira dizem a O MIRANTE que carros em contramão começam a ser um cenário recorrente e que, por exemplo, no dia 19 de Maio outro condutor foi visto a andar em contramão ao quilómetro 10, ainda que sem causar danos. Quem usa as vias rápidas da região diariamente relata que são cada vez mais comuns os registos de viaturas a seguir em contramão apesar de todos os acessos estarem bem sinalizados. Há relatos de situações idênticas na vizinha Auto-Estrada 9 e no IC2 entre a Póvoa de Santa Iria e Lisboa.
Questionada pelo nosso jornal, a Guarda Nacional Republicana diz que a segurança rodoviária e a redução do número de vítimas mortais na estrada é uma prioridade pelo que diariamente são realizadas acções de fiscalização em todo o território. Diz ter registo em 2021 de uma ocorrência na A9 da qual não resultaram feridos e, já este ano, o acidente de 12 de Maio na A1.
A PSP refere que na sua área de jurisdição não tem indicação de casos de condução em contramão. Existem, no entanto, outras situações que as autoridades não contabilizaram na informação enviada a O MIRANTE, como o acidente em contramão em Setembro último no IC2 entre uma carrinha Toyota Hiace conduzida por um homem de 81 anos, da Calhandriz, que circulou na faixa à direita durante largos minutos até embater frontalmente com um outro automóvel do qual o condutor escapou com ferimentos ligeiros.
A 14 de Fevereiro deste ano uma outra viatura, em contramão, colidiu com outro na A23 junto da saída para Torres Novas de onde resultaram quatro feridos, um deles em estado grave. A situação obrigou ao corte da via durante três horas.
Dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) revelam que entre 2014 e 2018 foram registadas em todas as estradas nacionais 5.567 autos por condução em sentido contrário. Em 2020 a GNR registou a nível nacional 62 acidentes em contramão.